Quem tem assistido ao que se vai passando no mundo da tecnologia de forma atenta percebe que alguma coisa está a acontecer. A Microsoft não está a gostar do crescimento da Apple e começou a retaliar, primeiro com publicidade e de seguida acusando a Apple de impor a “Apple Tax” aos seus utilizadores.
Por outro lado a Apple tem vindo a utilizar a Microsoft como alvo dos seus ataques desde que começou as campanhas PC-Mac…
Mas se olharmos para o que aconteceu ontem na Keynote não deixa de ser interessante especular algumas coisas sobre o que foi, ou não, dito.
1. Na véspera da Keynote, a Microsoft acusou a Apple de obrigar os compradores Mac a uma “Apple Tax”
2. Na Keynote a Apple começou por atacar a Microsoft nomeadamente agradecendo-lhe pelo Vista (amor com amor se paga) como factor para o aumento do número de vendas de Macs.
[ad#ad-1]3. A intel não foi referida uma única vez durante a apresentação, nomeadamente no que diz respeito à mudança dos chips gráficos da intel para nvidia. A apple precisa da colaboração da Intel para os processadores, e não pode melindrar a intel. Nos slides de comparação embora estivesse lá o nome da intel, nunca o nome da empresa foi referido. Para compensar, no slide seguinte em que mostrava a nova arquitectura, o layout era feito de forma a que o processador intel estivesse em destaque no topo do diagrama e com o lettering a condizer. A apple percebe de comunicação como ninguém e aqui pode-se ver o detalhe a que as coisas chegam.
4. O novo sistema de fabrico da apple é caro. E percebe-se isso com o facto de o novo notebook apple mais barato ter aumentado de preço $200. A apple tentou vender a coisa como uma poupança de $700 em relação ao Macbook Pro, mas foi um momento patético que ninguém engoliu. Para além disso o disfarçar deste aumento de preço de $200 mantendo a versão de plástico mais baixa por menos $100 apenas para dizer que até é possível comprar um mac por menos de $1000 é pura demagogia. Neste momento ninguém quer comprar um computador da geração anterior (seja o Macbook 13.3 ou o MBP 17″). Como em todas as economias de escala, quando a apple começar a produzir em quantidade os novos Macbooks e Macbook Pros o custo de produção vai descer e aí voltaremos a ter a linha completa com os preços alvo antigos.
5. Quanto à nova linha, imaginem a Ferrari a fazer um carro de luxo, construindo uma nova carroçaria, chassi, estofos em pele, etc, etc… e no fim utilizar o motor de um Fiat Croma para o propulsionar! É o que aconteceu aqui. Como a Apple precisa de ser alimentada por processadores externos está sujeita ao ciclo de produção e inovação da Intel e neste momento não tinha como melhorar muito a linha actual no que diz respeito ao motor destes Apple. No entanto algumas das opções escolhidas não deixam de ser caricatas, nomeadamente a escolha dos processadores 2.0GHz que manifestamente parecem os Fiat 500… da Apple. Daí que há algum tempo a Apple tenha comprado a companhia de processadores P.A Semi o que pode funcionar como forma de pressão sobre a Intel.
Em todo o caso o que se tem notado nos últimos tempos é que está a surgir uma espécie de guerra entre Apple e Microsoft, sendo que esta está a ser travada em terrenos variados como os anúncios televisivos, press releases e entrevistas e keynotes. E com alguns espectadores especiais como o Yahoo, Google ou Intel a assistir da bancada, uma vez que podem ter alguma palavra a dizer no processo.