O público noticia algo que quem está no meio percebe há anos. Os cientistas portugueses são tratados abaixo de cão, como se fossem a escória da sociedade. O governo acha que fazer ciência por cá é uma coisa de carolas com tempo para matar. Paga-se mal, a más horas, e sem direito a mais nada, nem férias, nem subsidio de desemprego, nem nada. O governo (independentemente do partido actual) tem medo da ciência, porque lhe pode fazer frente nas decisões patetas que toma. Ter um país tecnologicamente avançado significa apenas comprar tecnologia para encher os bolsos a alguns amigos. Ciência? Desenvolvimento? O que é isso? Cada vez menos dá vontade de fazer alguma coisa por este país.
6 passos para toda a gente
Nos anos sessenta Stanley Milgram, fez uma experiência que mudou a forma como vemos as relações socias. A experiência consistiu em enviar cerca e 160 pacotes de correio para pessoas vivendo em Omaha no Nebrasca pedindo que essas pessoas enviassem o embrulho para alguém que elas achassem que poderia estar mais próximo do contacto final, que era um corrector em Boston.
A experiência mostrou que a maioria dos pacotes conseguia chegar ao destino em 5 ou 6 passos ligando dessa forma pessoas que não se conheciam. A experiência deu aso aos famosos seis graus de separação que se diz existir em média entre duas pessoas escolhidas ao calhas.
Numa experiência recente, um investigador da Microsoft analisou 255 biliões de mensagens do Mensenger enviadas ao longo de 30 biliões de conversas entre 240 milhões de pessoas durante o mês de junho de 2006.
Depois de analisadas as ligações, o mapa mostrou que a distância média entre utilizadores aleatórios era de 6,6; Um número muito semelhante o de Milgram e as redes Small World o que segundo o autor Eric Horvitz, permite especular “se haverá uma harmónica para a comunicação social” e se o número 6 é alguma constante básica para medir as interacções sociais.
Cancer Growth
Para o trabalho final deste ano ando a perceber como é que posso integrar a complexidade da biologia num modelo, ou antes como desenhar um modelo de inspiração biológica que seja equilibrado entre o tempo que tenho para o fazer, a complexidade da biologia e a aproximação aos conceitos da complexidade. Ah! já agora dava jeito que fosse minimamente útil.
Andei a ler alguns papers sobre o desenvolvimento cancerígeno e decidi experimentar algumas ideias num modelo em NetLogo. O Boneco até que é engraçado, mas olhando para o que está por detrás do modelo… Aquilo afinal são umas regras muito básicas… e conseguir mapear aquilo com a realidade seria um esforço infrutífero. Em todo o caso se quiserem ver o modelo a funcionar podem ir ao seguinte link:
E já sei como vou ser avaliado…
Já saiu e a avaliação do mestrado é assim:
Por tópicos:
Trabalhos de matemática – 2 Valores (até Maio)
Abril – pág A4 com proposta de trabalho. – 18 valores
Relatório escrito (11 Junho)
Modelo MABS (11 Junho)
Avaliação por juri… (2 a 3 pessoas.)
Agora vai começar a doer… e a fazer suar.
Manter-me focado no problema
Desde o primeiro dia do mestrado que naturalmente ando entusiasmado com o mesmo, acordo a pensar nele, passo o dia a pensar nele e quando chego à cama, bem, tento não pensar muito nele para bem do meu casamento.
Contudo há sempre coisas que nos distraem do mesmo, seja o trabalho, os amigos, os blogs ou o iPhone (tinha que meter isto aqui). Para evitar tais distracções, comecei a tentar arranjar uma lista de soluções para me manter focado no problema.
Modelo CarryDrop
Seguindo o exemplo Carry Drop criado por John T. Murphy da universidade do Arizona fiz uma apresentação numa aula de sociologia sobre o modelo. O modelo é excelente para quem se quiser iniciar no Repast uma vez que permite que passo a passo se possa aprender os funcionamento da biblioteca.
pdf: [CarryDropModel]
Ciências da Complexidade
Talvez o mais complicado deste curso seja definir o que é. Sendo plural, ciências, parece ainda não se constituir como uma disciplina, mas contudo a existência do curso seja já sintomático que as ciências da complexidade caminham para ciência da complexidade e cada vez mais se tornem autónomas e com um corpo de investigadores próprios. Mas as ciências da complexidade são também um novo paradigma da investigação científica em que cada vez menos clássico, o trabalho de investigação vive num turbilhão de disciplinas onde o todo não é igual à soma das partes. A chamada interdisciplinaridade.
Nesta aventura a que me propuz talvez o primeiro grande desafio seja conseguir colocar de forma simples o que afinal é isto de ciências da complexidade. É uma tarefa para dois anos, para muitas noites sem dormir, para muitas ideias geniais (mesmo que depois sejam grandes disparates), é o tornar a ser criança, libertar o espirito dos preconceitos e absorver novas formas de pensar e ver o mundo.
É afinal a aventura do conhecimento.