A chatice de escrever Data Driven Blog Posts

Big Data

Muitas vezes tenho escrito alguns posts baseados na análise de alguns dados disponíveis. Foi por exemplo o caso da primeira luta contra a #pl118, ou da análise recente ao estado do cinema português.

A grande vantagem de escrever sobre os dados é que torna-se muito mais difícil opinar sobre um assunto e temos que nos cingir muito mais ao que realmente os dados nos mostram. Isto levou-me muitas vezes a rever as ideias pré-concebidas que tenho sobre determinados assuntos.

Por exemplo, no caso do cinema em Portugal, é claro que assumia que não se fazem filmes, que a crise está a afectar o sector como nunca, que é tudo um pântano. A verdade é que depois de procurar os dados que fundamentassem uma análise, não a encontrei. Os dados mostram que o cinema português produziu nos últimos 3 anos quase 450 filmes, entre ficção, documentários, curtos, etc.

Então os dados deram-me uma chapada e obrigam-me a pensar isto de uma forma diferente. Afinal há uma indústria de cinema que funciona mas que sistematicamente se queixa de um estado de crise permanente? Será isto um maneirismo da subsidio-dependência? São os meus dados robustos? A metodologia é boa?

Por um lado a metodologia pode ter alguns defeitos, os dados podem não ser os mais recentes, ou os mais precisos. Estou a depender do levantamento efectuado por outros, pelo que não conheço a metodologia adoptada. Há imensos aspectos que podem ser colocados em causa num post deste género. Mas até que alguém me apareça com dados novos, que eu possa utilizar e cujos resultados sejam reprodutíveis, tudo não passa de conversa. Os dados só são bons até aparecem dados de melhor qualidade.

Estes artigos baseados em dados acabam sempre por ser um pau de dois bicos. Por um lado servem para esclarecer factos e a afirmações que se ouvem a toda a hora na boca dos megafones públicos e por outro servem para levantar mais questões do que as explicações que apresentam. Acabam por nunca serem taxativos, mas procuram fazer apenas pensar alto um pouco. São uma espécie de brainstorming público. Nada mais.

A Lista B

Ton-up garage Triumph

  • O tipo que decidiu correr em tronco nu no Central parque certamente não sabe o que é o frio e também não faz ideia do que é uma bela pneumonia. Correr é fixe, mas há cada maluco.
  • O Pistorius conseguiu seguir os caminhos mais tenebrosos dos desportistas carregados de testosterona e de grande exemplo de coragem e dedicação passou a ser mais um caso de desportista pateta sem nada na cabeça. Isto leva mais uma vez a pensar no estatuto que a sociedade dá aos desportistas pelos seus feitos nos seus desportos em vez de o dar pelo seu carácter. Muito pano para pensar.
  • O meteorito que caiu na Russia foi um acontecimento e tanto. No entanto é curioso que não tenham surgido logo teorias de conspiração.
  • Descobri recentemente uns transformadores de motos portugueses que me surpreenderam bastante. A última criação baseada numa Triumph Boneville é realmente excelente. Muitos parabéns aos donos da Ton-up Garage.

2012: Mais um Fim de Ano. Mais um resumo?

Nesta altura do ano todos parecem publicar resumos do “melhor”, “pior” ou simplesmente de uma selecção “vintage” dos acontecimentos. Aqui farei apenas alguns apontamentos, mas se já estás farto de ler este tipo de posts não te censuro se fechares o browser. Cá vai.

  • A Apple perdeu e muito com o falecimento do Steve Jobs. Está condenada a transformar-se numa espécie de Sony à qual se reconhece alguma qualidade mas não admiração. Os génios imitam-se, mas raramente se alcançam.
  • Portugal apanhou de chofre com a crise em 2012. As pessoas estão tristes, soturnas, o país está a saque. Os Portugueses perderam a esperança. Perceberam que a Europa dos ricos os trata como povo de segunda e pretende mantê-lo assim, sossegadinho, obedientemente feliz na sua pobreza, num regresso a um feudalismo económico em que o senhor feudal é o estado, que põe e dispõe dos seus servos, por decreto dos seus governantes ignorantes.
  • Profissionalmente foi um ano danado. Aprendi algumas lições e talvez tenha ficado um pouco mais amargo em relação a algumas situações (afinal não não se cresce sem um pouco de dor).
  • Familiarmente o ano correu bem, mas é assunto privado que não te diz respeito.
  • Ainda por falar em privacidade, em 2012 verificou-se mais um ataque tremendo à vida privada das pessoas, principalmente sob a capa de redes sociais e comunidades online. Mais do que nunca as pessoas parecem dispostas a entregar a chave da sua vida pessoal a servidores, controlados por companhias cujos objectivos não são claros. Antigamente até o nome de uma pessoa era do domínio privado e se alguém que não conhecíamos nos chamasse pelo nome imediatamente lhe perguntávamos como sabia o nosso nome. Hoje… até a cor das cuecas que trazemos vestidas pomos online.
  • 2012 é o ano da emigração do know-how português. A emigração actual está centrada cada vez mais nas pessoas altamente qualificadas. A emigração é um assunto tão sério que não é algo temporário de 3 meses. É um fenómeno mais longo, de anos, mesmo décadas. A saída destas pessoas qualificadas prejudica Portugal agora e no longo prazo. Não sei como será possível recuperar, principalmente porque vai corresponder a uma destruição das entidades que em Portugal precisariam dessas pessoas.
  • No mundo dos eBooks, infelizmente este mercado parece estar estagnado. Encontrou o seu nicho e os preços dos livros continuam a ser estupidamente altos quando comparados com as versões impressas em papel. Ainda é preciso uma verdadeira revolução, mas duvido que aconteça nos livros o mesmo que aconteceu com o MP3.
  • Online: blogues estão a cair, mas não morrem, Twitter a subir, mas a ser descoberto por spammers, FB não quero saber. G+, ainda está aí com a inclusão das comunidades.
  • Lembram-se da guerra Blue-Ray / HD-DVD? Ups… ano errado, mas agora que isso acabou, quantos Blue-ray é que foram vendidos este ano? Gostava de ter esse número. Acho que me ia rir.

Austeridade, e mais austeridade, e mais austeridade

The data provide objective support for what has been clear to just about everyone except pro-austerity German officials and deficit-crazed Republican politicians. Namely, deep government budget cuts at a time of economic weakness are counterproductive, complicating, if not ruining, the chances for economic growth.

via The Austerity Trap – NYTimes.com.

Já todos (nós os pobres, eles os ricos, e os outros) verificamos que a austeridade aplicada ao sul da Europa não é boa para ninguém (e muito menos boa para o Sul da Europa). Talvez seja apenas boa a Alemanha que nos empresta dinheiro a juros mais altos do que aqueles que paga. Talvez seja altura da Alemanha sair do Euro, como o George Soros sugeriu. Talvez haja outros caminhos para recuperar, há certamente outros caminhos para recuperar as economias do Sul, caminhos que não passem pela total destruição das populações desses países.

Na actividade empresarial não há sucesso sem as pessoas que compõe as empresas. É uma espécie de regra de ouro. Sem bons colaboradores, satisfeitos, e empenhados não há sucesso empresarial.

Por outro lado os gurus da austeridade e os tecnocratas lambe botas do enriquecimento alemão acham o contrário. Os países do Sul serão brilhantemente bem sucedidos se puserem uns arreios nas pessoas, as chicotearem para arar os campos e lhes derem meio fardo de palha de ração.

Estão enganados, mas o pior nem é estarem enganados. O pior é serem cegos para perceber que estão enganados e como tal continuarem a insistir no erro. O Burro não é aquele que está enganado. O Burro é aquele que estando enganado continua a insistir no engano, sem corrigir o que está mal ou se afastar para deixar que outro tente solucionar o problema.

Infelizmente o Sul da Europa está cheio de Burros.

Google Chroome, que pesadelo

google-crap.png

Já tentei de tudo para gostar do Google Chrome, a sério. Já usei stable, dev, nightly builds, já apaguei, recriei configurei o meu perfil N vezes. Já actualizei, eliminei e apaguei os plugins e extensões…

É sempre a mesma merda, Google.

O Chrome funciona dois ou três dias, parece que anda a ali a querer adoçar-me a boca e depois ZAP!, KAPUT, Good Bye.

A única hipótese é ir utilizar o Firefox e ir ao vosso site descarregar novamente o Chrome (que vocês insistem em querer-me fazer descarregar em Português, apesar de ter configurado todas as minhas contas google para utilizar English UK e vocês saberem que nunca descarreguei a versão portuguesa), reinstalar e aguentar mais dois dias até novo Kaput.

Pois agora acabou, estou farto, done, finito. Desta vez não vou descarregar mais merda nenhuma. Ou como diria alguém em bom português:

Adios, adieu, auf wiedersehen, goodbye