Uma das grandes confusões da semana passada foi o caso 1984 da Amazon! Não falei antes no assunto por estar num curto descanso no Alentejo, mas o facto permitiu-me ter tempo para reflectir um pouco mais no assunto. A minha primeira reacção foi “A amazon matou o kindle com esta atitude, quem é que vai agora comprar um kindle se não tem sequer a garantia que aquilo que compra será seu?” Depois surgiu a comparação “e se a Bertrand, depois de lhe vender em casa, mandasse uns empregados saltar pela janela e recuperar os livros deixando-lhe o dinheiro em cima da mesinha de cabeceira?” Claro que isto é inconcebível e segundo a lei é crime de furto. Porque depois de vendido, o livro não pertence mais ao vendedor. Mas aquilo que parece obviamente um crime, nos EUA não é. COMO? Sim.. a Amazon fez o que fez, porque nunca na verdade vendeu o livro. Apenas vendeu (em letras muito miudinhas) uma licença de utilização que pode revogar a pretexto do que lhe apetecer. Ou seja, para a Amazon e para a lei americana, o crime é permitido se for escrito num End User Licence Agreement.
Já está tudo de férias?
Dia 15 de Julho parece marcar efectivamente o início das férias dos internautas portugueses. O número de visitas aos blogs decresce para 30% dos hits normais e as notícias suculentas estão todas adiadas para Setembro.
Nota: ao amigo que veio até aqui à procura da diferença entre o iphone falso e verdadeiro… não há grandes diferenças se pensar que ambos vão ter custos que não estava à espera.
Último cientista na lua.
No dia em que se celebram os 40 anos da partida da missão Apolo XI em direcção à Lua eu aproveito para lembrar um homem que passou bem mais despercebido nas missões à lua. Trata-se de Harrison Schmitt que foi o primeiro e do último cientista a ir à lua.
Geologo de formação (doutoramento em Harvard), tem no currículo mais de 300 horas de espaço e mais de 22 na superfície lunar. (Perguntem a algum dos astronautas da STS-127 quantas horas tem para perceber enquadrar estes números).
No vídeo, naquela que foi a última missão à lua (A Apolo 17), vê-se o cientista a atirar para longe o martelo que utilizavam para partir rochas.
Se quiserem ler uma entrevista sobre as suas opiniões, incluindo algumas posições políticas menos “correctas”, podem ler a que a nature lhe fez.
A ASAE que nunca devia ter sido…
A acção da ASAE desde o princípio parecia um pouco arbitrária, cheirava mal. Havia qualquer coisa de “espectáculo” que não batia certo com a noção de polícia.
Já em Junho de 2008 questionava o que iria acontecer à ASAE e aos casos em que tinha actuado. Agora, com a decisão do tribunal da relação de considerar inconstitucionais algumas das competências da ASAE, será que vamos ter finalmente quem perceba a arbitrariedade que é ter uma polícia espectáculo?
Porque alguns nunca perceberão o futuro!
Rupert Murdoch pode ser rico, poderoso e até influente, mas a verdade é que há coisas onde os “velhos” não pescam nada. Veja-se o que disse numa entrevista à Fox News quando questionado sobre produzir um eReader (o Bold é meu).
“I don’t think that’s likely. We’re looking and talking to a lot of laboratories and big companies around the world like Sony, Fujitsu, Samsung. We’re all working on wireless readers for books or for newspapers or for magazines. I think they’re a year or two away, being marketed in a mass way, high quality ones. And we will be absolutely neutral. We’re very happy to have our products distributed over any device provided it’s only going to subscribers who are paying for it.”
Esta é a mentalidade do passado. Distribuir os conteúdos em novas tecnologias se apenas forem distribuídos a “assinantes” que paguem por eles.
Esta ideia está errada e vai um dia acabar, pode não ser já, mas vai acabar. Primeiro porque cada vez menos as pessoas querem prisões do tipo “assinatura”. Uma pessoa não compra uma bola de berlim por assinatura, então porque haverá de comprar o jornal por assinatura?
A segunda questão tem a ver com o modelo de negócio. Não passa pela ideia de Rupert Murdoch um modelo de negócio onde o consumidor receba o conteúdo de borla e as receitas venham de outro lado.
A sua posição em ambos os casos está presa a um modelo de negócio do século XX e que o princípio do século XXI está a começar a desmontar. Vai demorar tempo, mas vai acontecer.
(e não estou a falar de pirataria)
iReadFast – Lendo mais depressa
Uma das tarefas que naturalmente qualquer investigador tem que fazer é ler muitos papers e livros técnicos. Nestes casos muitas vezes não há muito interesse na parte estética da escrita, sendo que a preocupação é a compreensão dos conteúdos. Assim naturalmente que a capacidade de ler documentos rapidamente é primordial. Há técnicas para melhorar a nossa capacidade de leitura e durante muito tempo várias foram sendo desenvolvidas. O próprio Kennedy defendeu que o “Speed Reading” devia ser mais ensinado e incentivou o seu staff a praticar para melhorar a velocidade de leitura de documentos.
Com o surgimento dos computadores muita da leitura passou a ser efectuada em ecrãs e não em papel. Num ecrã de computador a leitura não é tão celere como no papel, o que não quer dizer que não se possa obter bons resultados. Uma forma é a utilização de algum software que ajuda a aumentar a velocidade de leitura no ecrã.
Para Mac, o iReadFast é o meu favorito. Permite que qualquer texto seja quebrado em palavras e cada uma destas seja apresentada sequencialmente como se de um filme se tratasse. Estranho a princípio, permite que quando treinado, se atinjam velocidades muito mais altas de leitura. O princípio deste “filme” é o de evitar o tempo perdido pelos olhos a fazer o seguimento das linhas. Desta forma os olhos só tem que se concentrar nas palavras e a sequência transmite a semântica do conteúdo a ler.
Se por acaso preferir o Firefox também pode experimentar alguns plugins que fazem o mesmo para texto em websites:
Também existe um Bookmarklet do Spreeder para quem utilizar outros browsers (Safari, etc…), bastando seleccionar o texto e clicando no Bookmarklet na barra de navegação.
Seja qual for a forma/software escolhida/o, todos ajudam efectivamente a melhorar a velocidade de leitura passando-se rapidamente de 200/300 palavras por minuto para 500/600 (dependo dos textos, lingua, etc…).
Boas (e rápidas) leituras!
BeBook upgrade de firmware
Uma das vantagens do BeBook em relação a outros leitores de livros electrónicos, é sem dúvida o facto de ser possível instalar diversos firmwares diferentes no leitor de eBooks.
Entre os diversos firmwares disponíveis, pode optar pelo:
Hanlin (Fev 2009) LBook (Fev 2009) Pixelar (Mai 2009) BeBook (Fev 2009) OpenInkPot (Open Source) (Mar 2009)
Como se pode ver o mais recente é o da Pixelar, embora o da Bebook estivesse prometido para Maio parece que o lançamento do Bebook 2 e BeBook Mini vieram atrasar tudo um pouco. No entanto era bom que focem lançados ainda antes do mês de férias.
Neste momento tenho instalado o da Pixelar, que pelas primeiras interacções me parece muito fluído e um pouco mais rápido que o do BeBook de Fevereiro. Para além disso alguns dos PDFs mais pesados que tinha (PDFs com 50MB (tenho mesmo que optimizar estes pdfs para eBook) demoravam imenso tempo a abrir no BeBook, e agora, finalmente, conseguem ser legíveis. Aliás penso que o próprio parser de pdfs é melhor assim como o suporte de epubs.
Nespresso: a história do Sapateiro Remendão
Adeus minha bela Nespresso Essenza. A cafeína é um bem essencial para inúmeros portugueses. Sem café é sabido que não conseguimos trabalhar e a Nespresso inventou um conceito que prometia ser interessante para esta espécie do sul da Europa.
Orientada para um público exclusivo (embora as filas à porta sejam maiores que as da sopa dos pobres) a marca prometia um atendimento especial. As compras poderiam ser realizadas pela internet, recorrendo às novas tecnologias e dessa forma reduzindo custos e facilitando a vida de quem não tem tempo para andar de loja em loja. Casais modernos, activos e… endinheirados.
Ora, o problema deste conceito da Nespresso surge quando as coisas não são o paraíso prometido, quando as máquinas não funcionam ou é preciso reclamar de uma avaria. A nossa Nespresso avariou, começou por se recusar a trabalhar e com as luzes a piscar deu sinal que havia ali algo de errado. Numa loja deram-nos instruções para fazer o “reset”, “apaparicar” a máquina e o diabo a quatro. Fizemos e ela voltou a trabalhar durante mais 2 dias!
PISCA, PISCA novamente!