O Não!

“O Tratado de Lisboa morreu. Como o próprio presidente da Comissão Europeia repetiu à exaustão, não há plano B”,

As opiniões do Miguel Portas costumam ser certeiras apesar de por vezes serem vistas por quem lê como demasiado inflamadas. No entanto, desta vez não foram os bloquistas a provocar a hecatombe do tratado de Lisboa. Foram os irlandeses e agora é preciso ter cuidado com o que se vai fazer a seguir, nomeadamente é preciso que os políticos percebam que não podem fazer as políticas sem os cidadãos. Disse ainda o MP:

“há, na Europa, um fosso crescente entre as opiniões públicas e as lideranças políticas. É este divórcio que é preciso resolver. Qualquer opção que, em nome da eficácia de decisão, diminua a democracia e assalte autoritariamente as regras por todos aceites, é um erro e uma irresponsabilidade de consequências incalculáveis”

Por outro lado a recente declaração de Durão Barroso anunciando que o processo de rectificação deve continuar nos restantes países é uma anedota, porque inútil. O sucesso do nosso PM com o tal tratado de Lisboa foi por um cano e a alternativa europeia no plano mundial está mais uma vez adiada, porque se tenta construir uma Europa baseada fundamentalmente em relações económicas e não em relações sociais humanistas e na riqueza multi-cultural da Europa.

Não há na cabeça dos dirigentes europeus uma ideia de Europa, principalmente porque se limitam a idealizar essa Europa apenas como o somatório das partes. A única forma de um dia se construir uma Europa unida passará pela noção de que é muito mais que esse somatório simplista. Uma Europa a existir tem que incluir os cidadãos, fazendo-os participativos, e tem que ser capaz de contar com as opiniões dos povos.

Se teimarem em não ouvir as pessoas a Europa continuará de Não em Não, boicotando o seu futuro.

Yahoo+Google!=Microsoft

O que fez cair as acções do Y! a pique? A confirmação de que as negociações entre Y! e MSFT acabaram? O dump do Michael Icahn na bolsa? O facto do negócio Google+Yahoo ser um erro?

Ontem foi um dia importante para o panorama do mercado publicitário online. O possível acordo Yahoo-Microsoft ficou finalmente destruído com o anúncio de que o Yahoo tinha chegado a acordo com o Google para o mercado da publicidade resultante das pesquisas.

Isto colocou o Yahoo em modo “Sell” embora tal possa representar um acréscimo de receitas na ordem de 1 bilião de dólares por ano. Estranho? Talvez não, se pensarmos que quem saiu prejudicado com este negócio foi o Carl Ichan que queria substituir a direcção actual do Yahoo! e que de repente com o fim das negociações com a Microsoft se limitou a despejar as acções em Bolsa.

Por outro lado o que quer isto dizer que na altura as únicas pessoas que queriam o negócio entre Y! e MSFT seriam mesmo o Carl Ichan e o Steve Balmer, sendo que os accionistas não pensariam o mesmo. A cotação do Yahoo após o anúncio caiu a pique (10%) enquanto a da Microsoft cresceu, mostrando que um grosso dos accionistas da última não acreditava no negócio e que do lado Yahoo o Michael Icahn terá desistido e vendeu a sua posição.

Em termos de consequências para o futuro isto não será muito interessante. O Google basicamente está a blindar o seu negócio, fazendo com que o mercado da Microsoft na publicidade passe de pequeno a quase insignificante, e transformando o Google no novo alvo do mal. Não que a microsoft seja melhor, mas efectivamente cada vez começam a ser menos as diferenças entre Google e Microsoft.

Quanto ao Yahoo!? Embora não seja uma empresa pequena neste momento não passa de uma bola de ping pong que vai andar ao sabor dos mercados. Basta ver que em termos de capitalização bolsista temos MSFT com 263B, Google com 174B e Yahoo com 32B, o que simplesmente coloca a empresa de Jerry Yang como fantoche das jogatanas dos outros dois gigantes.

O negócio do Yahoo com a Microsoft não era bom, principalmente para os próprios. O negócio Google – Yahoo não é bom para todos…

Ver também: Apaguem este Fogo Sobre a guerra Microsoft Yahoo

A Tech do futuro: visão de John McCain!

O Daily Kos tem um artigo humorístico interessante sobre a iliteracia digital do candidato republicano John McCain.

Embora não considere que seja fundamental, a verdade é que o candidato a presidente dos EUA deveria saber um pouco mais “moderno”. Já chegam 2 mandatos dum presidente que considera as casas dos botões duma camisa uma tecnologia difícil de dominar.

Vencedores do concurso Spammer do Mês: Junho

Uma vez por mês, a lista daqueles que conseguiram escapar à censura dos filtros de spam tem aqui o seu mérito reconhecido. Não há outra forma de lhes dar a volta. A única solução é virá-los uns contra os outros.

sbernardo@caasp.org.br bdg@bandasdegaragem.com.br hardingburr@kayapartments.com info@xfxforce.com sunshinereggae96.5@gmail.com sb.desafioquenteseboas@gmail.com info@sat25.com jp_picasso@yahoo.com angelo@portugalvivo.com news@myguide.pt ana.jesus@victoria-seguros.pt sandroforo346@gmail.com comunicacao.teatromariamatos@egeac.pt

E se a ASAE for ilegal?

Só uma pergunta, se a ASAE for ilegal o que vai acontecer a todos os processos que até agora andou a averiguar e a “inspeccionar”?

Naturalmente parece-me que ficarão feridos de nulidade jurídica, como é óbvio (e algumas das patetices da ASAE bem que precisavam de ser resolvidas assim), mas não podem todos aqueles que foram importunados pela ASAE colocar um processo em tribunal, exigindo compensações financeiras pelo “incómodo” que é ter um grupo de pessoas que se fez passar por polícia a remexer e destruir os seus negócios?

Não será possível processar o estado ou quem tentou contornar a lei de criação da “pide do comércio” por perdas decorridas dessa sua acção?

Ver tamém: Lei do Tabaco… Começa Bem. Btuga… o Post Obrigatório

Reciprocidade Já

Foto de PQz

Os americanos estão em momento de viragem, mas antevendo que os republicanos possam perder as próximas eleições, a presidência prepara já “minas” para um eventual presidente democrata. A mais recente tem a ver com a política de imigração. Para além de até agora para viajar para os EUA ser preciso ter um passaporte electrónico (o antigo não dá) a partir de agora vai ser preciso pedir uma autorização de entrada no país pela internet até 3 dias antes da viagem. Claro que na corrida à presidência qualquer tentativa de tocar neste assunto vai fazer com o que os republicanos caiam em cima dos eleitores com o fantasma do terrorismo.

O pior é que a medida abrange 30 países que até agora não precisavam de visto para entrar, incluindo 15 da união europeia. Ou seja mais de metade dos estados europeus, incluindo Portugal tem agora que pedir autorizações para entrar nos EUA.

Por outro lado os americanos continuam a entrar na Europa como bem lhes apetece, como se a Europa fosse um parque de diversões onde vem passar o fim de semana, e nós europeus aceitamos isto tudo com a maior das tranquilidades. Como se aquilo que fazem aos nossos cidadãos não fosse nada connosco. Por isso é que cada vez mais acho que é necessário que seja criada uma lei de reciprocidade, como a existente na constituição brasileira que diga em traços simples:

“Os cidadãos estrangeiros serão tratados em Portugal da mesma forma que os nossos cidadãos são recebidos nos respectivos países.”

Este princípio simples a ser aplicado pelos frouxos políticos desta velha Europa evitaria as constantes humilhações a que o governo americano vota o cidadão europeu.

Defendo assim que Portugal, se a Europa não o fizer, arranje um mecanismo de reciprocidade para evitar este tipo de situações: Reciprocidade já!

Veja também: Eleições americanas… a acabar até Novembro? Eleições Americanas As Eleições Americanas

Sobre a TV online

As televisões nacionais estão cada vez mais a transmitir as emissões também via Web. Contudo há muitos momentos em que não se vê nada por questões de licenciamento dos conteúdos para o canal Web.

Imaginemos que você vai comprar um jornal e que ao abrir a página de por exemplo “desporto” as letras desapareciam e surgia uma mensagem a dizer: “Você não pode ler esta página porque verificamos que o seu clube não permite que você leia coisas dos outros clubes”. Você continuaria a ler esse jornal e a suportar esse clube?

Então porque é que as televisões fazem o mesmo baseado nos IPs, ou nos conteúdos? Será que não percebem que estão pura e simplesmente a criar alheamento por parte dos utilizadores que muito provavelmente não vão regressar e vão procurar alternativas nos youtubes, bittorrents e afins?

Eu se for ao site de um jornal quero poder lê-lo estando em Portugal ou nos EUA ou no Paquistão.

Se for a um site televisivo quero o mesmo. Como utilizador não quero saber de IPs ou contractos que a televisão tenha feito. Quero o serviço, ponto. Se não mo fornecerem e ainda me atirarem com explicações que não resolvem a minha necessidade, então certamente não voltarei a experimentar o serviço.

O ataque da MediaDefender à Revision3

Na segunda feira passada a Revision3, um dos novos sites de sucesso na produção de conteúdo e distribuição de vídeo da internet foi atacado pela MediaDefender, uma empresa que se especializou em tácticas de destruição de sites de Bittorrent e P2P utilizando técnicas ilegais. O CEO da Revision3 fez uma descrição do que se passou durante a segunda feira passada no blog da companhia e ao que parece para além de terem lançado um ataque de Denial of Service (DoS) também utilizavam os servidores da Revision3 para “plantar” torrents falsos.

As duas actividades são consideradas CRIME pela lei americana e quando o mesmo é praticado por particulares normalmente a coisa acaba em cadeia, uma vez que é crime federal e não há como lhe escapar. Agora à MediaDefender, que já teve clientes como a Sony, MPAA e RIAA (todos defensores acérrimos da morte ao P2P…), o que lhe vai acontecer? Desconfio que provavelmente muito pouco.