Portugal diz NÃO ao formato Microsoft Office

To: Membros da Comissão Técnica para a avaliação dos standards ISO No próximo dia 16 de Julho, pelas 14.30, no Instituto de Informática, vai ser decidido o sentido de voto de Portugal na aprovação ou não do ISO DIS 29500 (Office OpenXML ou OOXML format).

Os cidadãos Portugueses abaixo assinado pedem-lhes para considerar a REJEIÇÃO de tal formato como standard, como aliás fizeram milhares cidadãos de todo o mundo em http://www.noooxml.org/petition , tendo esta petição atingido as 10000 assinaturas em menos de uma semana.

Existem diversos motivos pelos quais tal proposta deve ser recusada, entre os quais:

  1. Já existe um standard ISO26300 chamado Open Document Format (ODF): dois standards aumenta o custo, a incerteza e a confusão na indústria, no governo e nos cidadãos;
  2. Não existe nenhuma implementação provada da especificação OOXML: o Microsoft Office 2007 produz uma versão especial do OOXML, não um formato de ficheiro que cumpra com a especificação do OOXML;
  3. Existe falta de informação no documento de especificação, como por exemplo como fazer um autoSpaceLikeWord95 ou useWord97LineBreakRules;
  4. Mais de 10% dos exemplos mencionados no standard proposto não validam como XML;
  5. Não existe nenhuma garantia de que qualquer pessoa possa escrever software que implemente total ou parcialmente a especificação OOXML sem estar sujeito às patentes detidas pela Microsoft;
  6. Esta proposta a standard entra em conflito com outros standards ISO, como a ISO 8601 (Representation of dates and times), ISO 639 (Codes for the Representation of Names and Languages) ou ISO/IEC 10118-3 (cryptographic hash);
  7. Existe um erro no formato de folha de cálculo que impede a insersão de qualquer data anterior ao ano 1900: erros como estes afectam a especificação OOXM tal como software, como o Microsoft Excel 2000, XP, 2003 ou 2007;
  8. Esta proposta a standard não foi criada através da experiência e conhecimento de todas as partes interessadas (tais como produtores, vendedores, consumidores, utilizadores e reguladores), mas apenas pela Microsoft.

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4 Alternativas ao TextMate

Por muitos adorado, o TextMate pode não ser para todos. Há alternativas gratuitas que podem muito bem fazer o mesmo trabalho e que podem muito bem ser inspiradoras:

  • Smultron – O editor com o melhor ícone do MacOSX, para além disso está recheado de funcionalidades. Desta lista é aquele parece mais familiar para quem migrar do Textmate.
  • Vim – Um must para todos os geeks do unix. Se acha o rato a pior invenção do século XX, então este é o editor de eleição. É um verdadeiro canivete Suíço.
  • TextWrangler – Esta é a versão pobre do BBedit (pago) que é tão louvado por tantos utilizadores. Apesar disso é muito completo e integra-se muito bem com outras aplicações como por exemplo o Cyberduck(FTP).
  • jEdit – Escrito em Java tem muitas funcionalidades interessantes, como os painéis simultâneos. Para quem quiser manter-se num mesmo ambiente entre Linux, OSX, Win, (e não está para aprender a trabalhar com o Vim) esta é escolha lógica. Contudo, ser em Java, fá-lo parecer um pouco lento e pesado.

Regressado de Praga!

Karlova - PrahaBem… depois de uma semana ao sol… só tenho uma coisa a dizer:

O Hotel não tinha Wi-Fi. Tinha um computador na recepção ligado por Wireless sabe-se lá onde. A quantidade de redes Wi-Fi que o iStumbler descobriu foi enorme. A interferência de sinal também.

No centro de congressos havia Wi-Fi da T-Mobile, que não estava ligada à internet… o que é sempre prático. Assim a solução para ter Net em Praga passa por ir para uma esplanada beber umas Pivos e aproveitar os imensos Free Hot-Spots…

Como estava de “férias” não fiz isto e hoje ao chegar dei com 437 emails para ler… é bom.

Sobre as prateleiras da Fnac

É natural que a disposição dos produtos nas prateleiras das superlojas obedeçam a critérios de optimização do espaço, para vender o que segundo o vendedor tem mais hipóteses de vender bem. O que me espanta é que no mundo digital onde o espaço não é coisa cara, as preocupações de venda passem por outras considerações que nem sempre são insuspeitas. A pergunta que se coloca é:

O que leva a FNAC no site online, a por exemplo na secção Consolas de Jogos colocar em 8 entradas 7 produtos da Sony e um da Microsoft, remetendo o campeão da Nintendo para uma segunda página. Aliás, o que leva a FNAC a ter nessa primeira página em primeiro lugar a PS3 e depois mais 4 variações da “a caminho do enterro final” PS2? São mais importantes as PS2 que a Wii? Ou haverá alguma acordo entre a Fnac e a Sony para promoção dos produtos da Sony em detrimento da Nintendo? E mesmo a Xbox só aparece depois da PS3, uma PSP (em saldo) e duas PS2?

Serei só eu a achar isto muito estranho?

Depois  de ler os comentários decidi expandir um pouco a minha ideia original em relação a este post:

Todos sabemos que há acordos entre vendedores e fabricantes, mas o que eu acho mais estranho não são tanto esses acordos, mas a forma ostensiva como em Portugal (lá fora não conheço) os vendedores nos tentam atirar com produtos descontinuados depois dos novos produtos terem saído. No caso em questão, a Wii, produto novo, é marginalizada para uma segunda página a troco de 4 PS2, produto em fim de linha. Parecia-me normal que os vendedores tentassem despachar os stocks de produtos em fim de linha nos meses antes de sair um produto novo e não depois de haver produtos novos no mercado, mas infelizmente a experiência que tenho é que fazem exactamente o contrário.

A segunda questão é que se na loja física as empresas vendedoras tem realmente espaço limitado e portanto apostam em cavalos ganhadores, numa loja online virtualmente não há ocupação de espaço. No caso da Fnac nota-se que aquela distribuição de 8 items por página é uma forma de artificialmente limitar um espaço infinito (ou quase). O que eu questiono é que se há essa limitação de espaço arbitrária, porque colocam 4 produtos (50% dos items dessa página) em fim de linha nessa página relegando novidades para a segunda página. Sim a Sony paga para isso, mas isso é bom para o consumidor? Não ficam com a sensação que o vendedor não é sério e que nos está a tentar impingir um produto escolhido por eles, não dando verdadeira importância ao que o cliente quer?

Digg: a história de um número maldito…

Ontem estourou a polémica, e o verniz, no Digg. A entrada sobre o número mágico, a chamada Processing Key, que vai muito provavelmente permitir que os utilizadores de Linux possam ver filmes HD nos seus computadores.

Mas vamos por partes:

  • O número foi descoberto dia 11 de Fevereiro e já está nos fóruns da Doom9 desde essa altura. Aliás juntamente com a chave a leitura da thread mostra a evolução do processo de descoberta da chave. Muito interessante.
  • A chave não é mais do que um número: 0x09F911029D74E35BD84156C5635688C0.
  • Depois do aparecimento do número, a AACS LA começou a enviar cartas C&D para que os sites fossem retirados alegando que sob a DMCA Act o número era propriedade intelectual da AACS LA e portanto não poderia ser publicado.
  • O Digg foi um dos visados e retirou a primeira entrada para a chave.
  • A segunda entrada no digg sobre o assunto ultrapassou em menos de 24h os 15 000 diggs ( o máximo usualmente anda pelas 3, 4 mil) e também foi retirada do ar…
  • A partir daqui o equipa do Digg colocou um post no blog a explicar o porquê… tinham medo a C&D
  • Sendo um site social, feito pelas pessoas, estas revoltaram-se e imediatamente começaram a submeter todas as entradas possíveis e imagináveis sobre a chave. Todas elas a receberem o apoio de todos e literalmente enchendo a página principal do digg com a chave. As massas preferiam ver o digg a ser processado do que a comportar-se que nem um cachorrinho.
  • Às 4h da manhã de ontem (hora a que me fui deitar, depois de 22h seguidas de trabalhos…) não havia uma única entrada na página principal do digg que não fosse sobre a chave.
  • A equipa do Digg percebeu que depois disto o digg não poderia voltar a ser o mesmo. O verniz tinha estalado, as massas revoltado e vencido. Assim, só lhes restavam duas alternativas: Manterem-se calados ou Mudarem de posição.
  • Hoje de manhã, o Kevin Rose mudou de posição: O Digg aceitou o poder das massas e anunciou no blog que não iam retirar mais a entradas com a chave e que iriam lidar com as consequências.
  • Parece-me que perceberam que, de uma forma ou de outra, a credibilidade do Digg estava afectada. Que lhes restava saber de que lado queriam combater.
  • Deste episódio retiram-se algumas lições no que diz respeito aos novos desafios das tecnologias modernas. Quer ao nível de quem produz estes agregadores sociais, quer ao nível dos sociologos interessados por estes fenómenos de cauda longa.
  • Esta noite no digg foi a prova de que o poder da cauda longa é maior que os hits da cabeça.
  • A industria dos filmes é, como sempre, a última a perceber o fenómeno da cauda longa. Veja-se o caso do DVD onde a industria queria impor um preço de venda de cerca de 70, 80$ por achar que isso corresponderia a 1 família de 5 ver o filme 3 a 4 vezes. Claro que isto foi no século passado, mas parece que esta é efectivamente uma industria que não aprende com a história.
  • Por fim, uma nota para o verdadeiro herói disto tudo, o hacker arnezami que conseguiu obter a chave. Outra coisa que também parece ter sido mal interpretada e que lendo nos foruns se percebe é que a chave tanto funciona para HD-DVD como BluRay. Portanto a guerra volta à estaca zero.

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Depois do Digg, ter retirado este chave do site 2X (depois de ter atingido os 15 000 diggs), depois da industria do cinema se achar agora no direito de ser proprietária de strings, de exercer censura e afins…

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Para quem não sabe, isto é o início da chave que permite escancarar as portas do HD-DVD. Afinal não foi precisa a industria do sexo para se encontrar um vencedor…

O Tal post original que continha a chave e que pelos vistos sobrevive ainda por estar alojado algures no Equador está aqui.

O post no Slashdot aqui!