O Controlo Parental do Magalhães

[ad#ad-1]Com o lançamento do Magalhães imediatamente a blogosfera cai em cima do aparelho, desejando-o ou odiando-o. A verdade é que quer se goste ou não é impossível fugir-lhe.

Eu não vou fazer aqui nenhuma review, até porque não tenho o aparelho (senhor Socrates, não me arranja um para eu brincar uns dias para depois fazer uma review?), mas queria falar sobre algo que tem sido badalado ultimamente que é o controlo parental do Magalhães.

Pelos vistos a principal queixa é a da falta de sistemas de controlo parental. A melhor forma é mesmo educação e participação dos pais nas actividades do filho. Se por outro lado acha que isso não é suficiente então o que tem a fazer é controlar o acesso não directamente no Magalhães mas antes no Router de casa. Alguns routers permitem-lhe fazer isso e para além disso juntamente com um sistema de DNS do OpenDNS pode inclusive monitorar o que o seu pequeno anda a fazer, definir o que é permitido, o que é proibido e ainda obter uma série de estatísticas de utilização.

Configure o seu router para utilizar os DNS do OpenDNS, configure as regras que precisa no router e no site do OpenDNS e durma um pouco mais descansado (nunca se consegue dormir descansado quando se tem filhos, pois não?). Desta forma fica mais sossegado quando o miúdo começar a pedir-lhe para utilizar o seu computador em vez de utilizar apenas o Magalhães. E se ainda assim o seu filho conseguir dar a volta e andar a fazer coisas que você proibiu, então descanse e olhe para a coisa como auto-formação, porque se com um Magalhães já é capaz de ser hacker, então imagine que miúdo terá um futuro brilhante na informática.

Se pretende mais opiniões sobre o Magalhães pode dar um salto ao iPhil ou então à review de um professor, que vai ter que lidar com o computador na sala de aula. O Mr.Conguito fez a análise.

Triplo Expresso #4

Não fomos engolidos pelo LHC, e já estamos a caminho de encontrar o nosso Higgs secreto…

O TriploExpresso #4 está de volta numa emissão pós férias, pós modernista e pós fim do mundo. [ad#ad-2]

E se a Apple tivesse uma Lista Negra?

Será que a ideia é assim tão doida? Agora foi o Podaster na appstore do iphone, mas imaginem que a Apple decidia fazer o mesmo no Desktop?

você não poderia utilizar o Lightroom porque já tem o iPhoto,

você não poderia utilizar o Word porque já tem o TextEdit

você não poderia utilizar o Firefox porque já tem o Safari

Gostava de utilizar um OSX assim? Pelos vistos a Apple gostava. [ad#ad-2]

O sucesso dos anúncios Seinfeld-Gates

[ad#ad-1] Efectivamente o sucesso dos 300 Milhões que a Microsoft gastou está a mostrar-se. Concorde-se ou não, o o gigante de Redmond acordou para o mundo da publicidade e do marketing. Ontem Eu, a Maria João Valente, o Luis Alves e o Phil entramos numa discussão pública no Twitter sobre o fenómeno. O artigo que despoletou a conversa foi o que escrevi sobre o anúncio do Jerry Sinfeld e Bill Gates. Aqui fica uma selecção escolhida do tweets mais importantes. (more…)

O anúncio do Jerry Seinfeld e do Bill Gates é genial

Não falei deles da primeira vez porque como quase todos os que o viram, achei que a recordação do estilo pós-modernista do “show sobre nada” do Seinfeld não estava bem conseguida. Talvez fossem os 10 anos que passaram sobre o final do Seinfeld.

[youtube http://www.youtube.com/watch?v=gBWPf1BWtkw]

Agora saiu o segundo anúncio da série Seinfeld-Gates e tudo começa a fazer sentido.

Apesar de ser um anúncio, esta campanha é mais que isso. É uma paródia à própria Microsoft e às suas dificuldades em se ligar com a realidade. Mas é também é a catarse da empresa, procurando mostrar que sabe encontrar-se e mostrar-se nua na maior representação dos defeitos do seu líder carismático. Quem melhor que Bill Gates para representar o que é a Microsoft?

O que se passa aqui é que esta série de anúncios não pretende ajudar a vender mais Vistas ou Offices como alguns pensam. Esta é uma campanha sobre a percepção humana. Sobre como as pessoas vêem a realidade e vêem a Microsoft. É um grande pedido de desculpas da empresa por ser como é. [ad#ad-1] Trata-se de um anúncio que mostra dois homens de “sucesso extraordinário nos seus respectivos domínios”, a comportarem-se de forma completamente desfasada das pessoas reais. A forma como discutem a compra de sapatos, ou como se penduram na vida de uma família de um qualquer subúrbio americano mostra o quanto eles, e evidentemente a Microsoft, estão afastados da realidade das pessoas.

E o que mostra este anúncio sendo filmado desta forma? Mostra às pessoas que a Microsoft percebeu esse afastamento, ao contrário da figuras estilizadas da publicidade Apple que vivem num mundo idealizado, a Microsoft mostra que vive num mundo real mas que perdeu o rumo e que quer voltar a percebe-lo. Sob esta perspectiva os anúncios da apple aparecem como uma encenação de alguém que não quer encarar a realidade. Soam a falso. A Microsoft por outro lado mostra-se preocupada mas ao mesmo tempo aceitando o peso de ser tão bem sucedida e pedindo a compreensão(perdão) por ser diferente.

A intuito desta campanha é um reposicionamento estratégico da imagem percepcionada da empresa, algo que não se consegue com explicações técnicas das vantagens dos seus produtos ou com uma linguagem de vendedor. É por isso que a lógica pós-modernista de um Seinfeld (que ainda por cima está como eu, com barriguinha) que ainda sabe jogar com os gags que o tornaram famoso, pode funcionar. Neste episódio começa-se a perceber a estrutura geral dos anúncios, as piadas por repetição (os sapatos, a sinal final do Bill Gates), os gags non-sense da interacção com os actores secundários… que mostram o quão os dois personagens principais vivem nos seus pequenos mundos.

Da estranheza inicial que levou a recordar o pós-modernismo dos anos 90 à genialidade vai um grande passo. No entanto penso que esta série está no bom caminho e será capaz de fazer pela Microsoft algo que os seus produtos não conseguiram durante muito tempo: Criar a empatia necessária para o lançamento de novos produtos ao mesmo tempo que coloca os anúncios da rival Apple sob uma perspectiva de snobismo e desconexão da realidade.

Acredito que muito em breve teremos novas campanhas da Apple e o duo PC Mac terá os dias contados, mas como em tudo posso estar errado.

Genius ou o espião Apple?

[ad#ad-1]Porque é que para activar o Genius, apenas para sugestões locais, é preciso introduzir um Apple ID que está associado a um cartão de crédito?

Se alguém na rua lhe pedisse para olhar para a sua carteira, você dava-lha para a mão?

update: tem sido sugerido nos comentários abaixo que é possível ter uma apple id sem cartão de crédito. Tal foi possível há algum tempo na loja americana apenas, falseando os dados da morada. Tal já não se verifica. Nem na loja americana nem na portuguesa. Para além do mais criar uma conta com dados falsos não é propriamente o pretendido por quem quiser ter uma atitude honesta e franca em relação ao produto que compra / usa. A verdade é que não é possível utilizar o Genius sem introduzir um número de cartão de crédito através da criação de um Apple ID. Caso alguém descubra como é possível criar uma apple ID sem cartão de crédito (e o teste) por favor deixe as instruções nos comentários.

Pode a Apple aguentar-se no meio do pelotão?

Desta vez não vou ser eu a criticar a Apple para que não me acusem disto ou daquilo. Aliás, parece que no campo da Apple pensar é algo encarado como mau. À semelhança do que se passava no FightClub a primeira regra da Apple Clube é “a Apple tem sempre razão“, a segunda regra da Apple é “a Apple tem sempre razão“.

[ad#ad-1]Mas vamos ao que importa. O Chris Seibold publicou no Apple Matters um artigo de reflexão sobre o posicionamento da Apple no mercado. Apple que sempre teve produtos que ou foram sucesso esmagador, como no caso do iPod ou do Final Cut Studio, ou então produtos de nicho como o Mac.

O artigo reflecte se a apple com o iPhone saberá estar num estado intermédio em que nem é nicho nem é o produto dominante.

Se me é permitido pensar um minuto, acho que é exactamente pelo que o Chris Seibold refere no artigo que a inovação de produto ultimamente está centrada no chamado milk the cow” dos produtos existentes sem verdadeiramente criar algo novo.

A Apple está a passar por aquilo que se poderá no futuro chamar os anos de transição, em que os produtos que cria não são mais os dominantes do mercado e também não são os produtos de nicho com margens de lucro altas. Tais caminhos de transição são perigosos porque deixam a empresa vulnerável e a obrigam a um reposicionamento estratégico da empresa.

Conseguirá a Apple fazê-lo?

Esta questão não pode ser respondida sem um acto de fé mas isso é algo que a Apple já assistiu no passado, quando sob a gestão de meados dos anos 90 parecia que estava condenada ao desaparecimento.

Na altura Steve Jobs regressou à companhia e reorganizou-a baseando a recuperação no desenho de novos produtos e numa parceria com a Microsoft. Agora o Steve Jobs já está dentro da companhia, não se está a ver nenhum produto novo e a Apple está a basear o crescimento em Software e não Hardware. Para além do mais ainda há as questões sobre o estado de saúde do CEO da companhia que se tem apresentado debilitado nas últimas apresentações de produtos da Apple.

Esta encruzilhada de mudança é talvez um dos momentos mais importantes da apple do século XXI, mais até que a transição PowerPC / Intel (que apenas era uma questão técnica). A Apple agora precisa de fazer uma transição ainda maior: estrutural e estratégica. Os fás da Apple assim esperam.