Parece ser a notícia que corre todos os sites relacionados com a apple neste fim de tarde. A apple comprou o CUPS. Para quem não sabe, o CUPS é o Common UNIX Printing System que era inclusive utilizado pela apple no MacOSX para gerir a impressão de documentos, para além de ser o sistema “standard” no mundo do Linux.
Até agora o CUPS era desenvolvido por Michael R Seet o seu criador. A venda do código à apple vai levá-o também a trabalhar para a empresa do Steve Jobs. Segundo o próprio Mike, vai continuar a desenvolver o CUPS em Cupertino que continuará a ser distribuido sob a licença GPL2/LGPL2.
Ainda é cedo para ver como a comunidade open source vai reagir, sabendo a forma como a Apple costuma ser pouco simpática (no mínimo) em retribuir para a comunidade o que desenvolve internamente, mas presumo que nos próximos dias haja alguns descontentamentos.
iPhone: o hype continua
O últimos meses foram de completa euforia em relação ao iPhone da Apple. E mesmo após o lançamento a loucura continuou, atingindo proporções de verdadeiro disparate.
Primeiro houve quem comprasse o iPhone para o abrir em pedaços. Outros perguntaram se seria possível triturar o telefone da apple, e outros ainda tentaram imitar o iPhone em aparelhos Windows Mobile.
Outra das vertentes que naturalmente acontece com os produtos da Apple é a dos hackers que imediatamente metem mãos ao trabalho para tentar quebrar o OS X, e o iPhone não escapou, sendo que em 15 dias os tipos do #iphone-dev já conseguiram ter acesso ao sistema de ficheiros do iPhone permitindo adicionar toques personalizados.
Paralelamente ao lançamento do telefone, começaram a surgir um pouco por todo lado as aplicações para o iPhone. Para isto muito tendo contribuido o lançamento do Safari para Windows.
Um dos últimos a entrar nesta loucura foi o Kevin Rose do Digg que lançou a versão iPhone do digg.
Quanto a rumores claro que não acabaram como lançamento do iPhone. Fala-se num iPhone nano enquanto se esperam novos iMacs por parte da Apple. E neste mundo de doidos, um rumor serve para que as acções da Apple tenham novamente subido mais uns pontinhos nas cotações.
Se esta loucura continua ainda vamos ver os Google Maps no iPod Shuffle.
Web 2.0: "Less is More"
Menos é mais. Esta é uma máxima que tem acompanhado quase todos os sites Web 2.0. Tudo livre de confusão. Acesso rápido aos conteúdos e acima de tudo muitos cantos redondos e Ajax.
Agora um estudo da Universidade do Missuri-Coumbia revela que quanto menos informação se der a escolher mais facilmente se consegue capturar a atenção da pessoa e que em contrapartida um vasto leque de escolha acaba por desinteressar as pessoas. A dado ponto no processo de selecção a quantidade de informação disponível esmaga a capacidade de processamento.
Se isto estiver correcto, há que ter muita atenção à forma como se desenham os novos sites. Ora vamos lá lavar a cara ao Sixhat Pirate Parts.
Bean, o editor de texto para Mac
Farto do Word? O NeoOffice arrasta-se? Pois é, no mac não há grandes alternativas para trabalhar com documentos. O AbiWord para Mac não convence e o Pages da apple não é assim tão interessante. Entra aqui o Bean, um editor de texto muito simples mas que ao fim de alguns tempos convence quem precisa de algo que faça o trabalho e não precisa de 600Mb de lixo que não servem para nada. O Bean é um editor que naturalmente não terá todas as funcionalidades desses outros gigantes, mas é precisamente a sua leveza e velocidade que impressionam.
O editor é WYSIWYG (What You See Is What You Get), o aspecto sóbrio, os resultados excelentes. É verdade que se trata de uma máquina de escrever “on steroids”, mas é exactamente isso que o torna tão atraente. Provavelmente não escreverá neste editor a sua próxima tese de doutoramento devido às necessidades específicas de formatação que as teses tem que apresentar (o melhor é mesmo ir para o Latex nesses casos), mas o seu próximo romance poderá muito bem ser escrito no Bean. E ainda por cima pode exportar os seus documentos para o Word se realmente precisar… mas ao fim de algum tempo vai ver que não precisa. Ainda para mais o Bean é Open Source.
ACTUALIZAÇÃO
Macs na complexidade.
Regressei hoje do convento da Arrábida onde estive numa conferência sobre Complexidade em Ciências da Vida.
Nestes dias de “retiro”, uma curiosidade foi que os Macs estavam em igual número que os PCs… A família de portáteis da Apple estava toda representada. Desde os novos intel até alguns PowerBook.
iContact: iPhone para Windows Mobile
[ad#ad-1]Atenção a todos os que estão a pensar trocar o agora já completamente inestético PDA/telefone com Windows Mobile pelo iPhone!
Se quiserem experimentar a sensação do touch screen a correr a vossa lista de contactos tal como o iPhone faz, com o mesmo look and feel e inclusive até sujando o ecrã com dedadas (em vez de utilizarem a caneta que veio com o PDA) uns tipos desenvolveram uma aplicação chamada iContact para Pocket PC.
[youtube http://www.youtube.com/watch?v=ohJ7eevds-k]
Posso dizer que experimentei no meu iPAQ hx2490 e funciona muito bem. Realmente a ideia da Apple para esta interface é extraordinária, embora claro está que para escrever continue a achar que o meu teclado dobrável bluetooth seja muito mais prático.
Ver ainda:
Dividindo para conquistar
Recentemente a Microsoft estabeleceu acordos de protecção de patentes com a Novell, Xandros e Linspire. Acordos esses que foram muito publicitados e que envolvem a protecção dos seus clientes contra a violação de patentes que eventualmente a Microsoft possa possuir sobre as tecnologias utilizadas. Ora a Microsoft pelo seu cão de fila, Steve Balmer, veio também dizer recentemente que o linux infringia uma enormidade de patentes, recusando-se a dizer quais. Objectivo, atemorizar.
Do outro lado da barricada, Ubuntu, Debian, RedHat e agora a Mandriva através do seu blogue, vem dizer que não concordam com esta espécie de protecção virtual sobre qualquer coisa pouco clara, e manifestam o seu descontentamento com o sistema de patentes em vigor. Para além do mais desafiam a Microsoft a expor quais as patentes que realmente estariam a violar antes de começar qualquer tipo de conversação.
Mas isto tudo tem um efeito perverso, que é o de dividir o mundo pinguim entre aqueles que seguem o caminho fácil e os que continuam a acreditar na liberdade do código aberto. Esta cisão poderá servir como catalisador para algumas companhias menos ousadas, mas será também uma oportunidade para os resistentes. Inúmeros colaboradores dos projectos linux fazem-no por causa dessa fidelidade ao open-source. Acredito que as empresas que agora se submetem ao jugo da Microsoft se vão diluir, perder expressão e ter dificuldade em angariar novos membros para as suas respectivas comunidades, sabendo que tudo para o que trabalharem estará à distância de uma simples decisão de Redmond de acabar. As que não vergarem irão granjear o respeito e o apoio dos inúmeros colaboradores que tem e eventualmente irão acabar por ir buscar massa cinzenta às primeiras. Terão algumas dificuldades, nomeadamente no que diz respeito a manter a imagem do linux contra as campanhas de FUD (Fear, uncertainty and doubt) que a Microsoft amiúde produz, mas manterão a sua integridade e o respeito de quem colabora com eles.
Posso estar enganado, mas no futuro sairão vencedores aqueles que agora, mesmo passando algumas dificuldades, se opuserem a essa lógica mafiosa da protecção arbitrária, apenas porque a Microsoft diz que precisam de protecção. Faz-me lembrar os sistemas de protecção da máfia nova iorquina que se vêem nos filmes. “Ou pagas ou venho aqui e parto-te a casa toda. Por isso precisas de protecção”. Eu chamo-lhe extorsão.