Ontem foi dia de Liberdade, mas foi também dia de Triplo Expresso, onde estiveram presentes os suspeitos do costume… para mais um podcast, uma conversa e um café cheio! Ou três!
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Ontem foi dia de Liberdade, mas foi também dia de Triplo Expresso, onde estiveram presentes os suspeitos do costume… para mais um podcast, uma conversa e um café cheio! Ou três!
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Depois do final mais ou menos polémico (Eu continuo a dizer que gostei, não pelas coisas do episódio em si, mas pelo fechar de 4 anos de aventuras) a mesa do Triplo Expresso foi recheada de comentários e reacções ao fim da Battlestar Galactica.
Se ainda não viu os últimos episódios, cuidado… foi 1h cheia de spoilers, rants e muita saudade…
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As estrelas de Hollywood passaram pelo Triplo Expresso #10! [audio:http://s3.amazonaws.com/TriploExpresso/triplo_expresso_10_red_carpet.mp3]
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Start editing audio – Manual com todos os passinhos para que não haja contrariedades na produção áudio de podcasts. Ainda inclui uma série outros artigos na série que convém dar uma vista de olhos, se está realmente interessado nesse tipo de coisas. Versão PDF
[ad#ad-2] Como é habitual, regular, e normalmente imprevisível o Triplo Expresso #9 dedicado aos utilizadores Mac que ouviram, reviram e choraram na última MacWorld da história com Apple (pelo menos história próxima). Hoje juntou-se a nós o José Canelas da EmptyFactory para nos dar uma visão da Macworld pelo lado dos developers e de alguém que acompanha o mundo Apple há mais de 14 anos.
[ad#ad-2]Já está disponível o magazine do ano 2008 em tamanho volumoso, com fotografias em acabamento brilhante e comentários sarcásticos dos 35 políticos portugueses que se baldam ao parlamento à sexta-feira. O Triplo Expresso #7 já saiu.
Uma das maiores dificuldades de gravar um podcast à distância via skype é conseguir consistência entre os níveis de input de áudio dos diversos intervenientes. Se quando estamos a gravar apenas uma pessoa o problema não é muito grave porque facilmente se separam os canais de saída e entrada e se podem processar os dois em separado, quando, como no Triplo Expresso, somos 3, eventualmente 4 ou 5 quando temos convidados especiais, o problema é sobremaneira grave. Infelizmente o Skype não permite “ainda” separar os diversos streams de aúdio duma conversa fazendo automaticamente o mix de todos os canais de entrada. [ad#ad-1] Embora possamos continuar a gravar as nossa versão local, o que recebemos do skype é já um mix dos outros intervenientes o que complica imenso a edição posterior. Isto claro piora a situação se algum dos intervenientes estiver a produzir algum ruído de fundo que depois tenha que ser retirado na pós-produção.
Veja-se o caso do último Triplo Expresso:
[audio:http://pod-serve.com/audiofile/filename/9208/triplo_6_raw.mp3]Este foi o ficheiro a partir do qual foi produzido o programa. Como se pode ouvir, havia ali um problema grave de massas e provavelmente alguma ventoinha de computador estava também a mostrar a sua eficiência de arrefecimento. O que acontece é que são poucos os fabricantes que tem cuidado em isolar normalmente a parte do sistema de som do resto do computador. O meu EeePC por exemplo é impossível de utilizar para gravação quando está ligado à corrente eléctrica, porque o volume das massas é insuportável.
Normalmente em questões de áudio se aquilo que entra é mau normalmente o que sai também é mau. A melhor (alguns diriam a única) solução para melhorar a qualidade de som é começar no primeiro instrumento da cadeia de gravação que é o ambiente de gravação, e seguir a voz, o micro, a interface áudio, o computador, o skype, a ligação à web do convidado, a minha ligação à web, o meu skype, o Audio HiJack até ao disco rápido. Cada um destes passos tem que ser o melhor possível e em cada um podem surgir problemas diferentes. A falha de um deles normalmente implica mais trabalho de pós-produção e normalmente mais dores de cabeça e cabelos brancos para se chegar a isto que é resultado final do mesmo ficheiro do Triplo Expresso após tratamento.
[audio:http://pod-serve.com/audiofile/filename/9209/triplo_expresso_06_novembro_dadrmcc.mp3]A questão é como passar do primeiro ficheiro para o segundo?
Cada caso é completamente diferente. Primeiro uma noção sobre áudio: 6dB são um factor de 2 em termos de potência ou volume. Ou seja, se 0dB é 100% volume, -6dB é 50% de volume, -12dB é 25% e assim sucessivamente.
As tarefas de limpeza e pós-edição passam então pelo seguinte: – A primeira coisa que há a fazer é dividir o ficheiro gravado em duas faixas. A local e a remota. Normalmente ambas são muito diferentes em termos de volumes. O Skype comprime imenso as vozes (eu diria a taxas de 10:1 ou mais) e normaliza o que faz com que o que vem do skype pareça tudo muito alto. Claro que se houver ruído este também vem muito exagerado.
A seguir normalmente é preciso remover algum ruído de fundo. Isto pode ser feito por exemplo no Audacity que apresenta um excelente plugin para o efeito através de remoção multi-banda. É preciso encontrar uma zona de silêncio onde o método possa ser treinado, o que numa conversa não é complicado de encontrar, e depois aplica-se. O método é eficaz embora seja preciso estar atento ao aparecimento de artefactos. Pessoalmente penso que não se deve ultrapassar os 12dB de redução a menos que a qualidade do input o exija. O aparecimento de artefactos deve ser evitada a todo o custo e a ideia não é eliminar o ruído de fundo, mas sim disfarçá-lo. Há software comercial mais avançado que permite eliminar o ruído de forma mais selectiva, dividindo o ruído em ruído geral e ruído tonal e com muitos mais parâmetros para ajustar permitindo melhores resultados. Mas também à custa de muito mais tempo de pós-processamento (no último triplo expresso o algoritmo de remoção demorou 9h a limpar o rúido). Normalmente estes algoritmos recorrem à decomposição do sinal num mapa tempo-frequência onde é atenuada a parte correspondente ao ruído que se treinou e onde depois é reconstruído o novo sinal.
Outra das opções que se deve ter em conta é a utilização de um Gate. Principalmente para aquelas partes em que uma das faixas não tem voz porque o “outro” está a falar. Esse ruído de fundo pode ser eliminado com um gate que deve ser o suficiente para remover o ruído de fundo mas não tão agressivo que se note a sua entrada em funcionamento.
Remoção de harmónicas. Se utilizar algum software que permita fazer isto automaticamente tanto melhor, senão terá que ir uma a uma. No entanto precisa de ter um software que lhe mostre onde elas estão. Na Europa a electricidade é distribuída a 50Hz o que quer normalmente dizer que podemos ter harmónicas em múltiplos de 50. No entanto antes de as remover convém verificar se é preciso, é que para todos os efeitos ao eliminar harmónicas também estamos a perder alguma da informação da gravação.
A observação do espectro do sinal é muito importante porque pode permitir por exemplo identificar ventoinhas em funcionamento e permite remover esses ruídos (como nas Harmónicas).
Por fim a utilização de filtros High-Pass, Low-Pass e Notch. Se os dois primeiros são fundamentais, normalmente aplicados em torno dos 120Hz e dos 10000Hz respectivamente o Notch pode também servir para eliminar ruídos muito precisos e pontuais.
Cada caso é um caso e não há uma receita para seguir e produzir da mesma forma. A única coisa que se mantém constante é o instrumento de trabalho que são os ouvidos, daí que quando se está a fazer a pós-produção também não sirvam uns quaisquer phones para fazer a audição. Pessoalmente considero que bons headphones, fechados para isolar o ruído ambiente, são o ideal para ouvir o que está a passar com o áudio para lá da conversa.
Depois de ter o sinal processado e limpo nos dois canais (o local e o remoto) então sim é altura de os voltar a juntar no editor (Audacity por exemplo) e começar a fazer a parte de corte e costura. A primeira coisa passa por ajustar os níveis (normalmente a versão local está 6 a 12 dB mais baixa que a remota), depois por cortar as pontas antes da intro de depois da outro do programa e de seguida as passagens de conversa. Ou seja aqui sim finalmente começa-se a fazer edição olhando ao conteúdo semântico. Por fim antes de fazer o mix final aplica-se a compressão (normalmente por fases, primeiro 2:1, depois 4:1, 8:1, etc.. a gosto) até que o som dos dois canais pareça homogéneo.
No final mistura-se tudo para uma pista de mono em formato aiff e exporta-se. Converte-se para MP3 com 64Kbps (Constant Bit Rate), amostragem a 44100Hz (embora pela lei de Nyquist isto pudesse ser menos) e acrescentam-se as informações das Tags. Upload e pronto a servir.
O processo de pós-produção é chato. É chatérrimo! E portanto todo o cuidado que se colocar na pré-produção e no processo de gravação vai valer a pena nesta altura. No último Triplo Expresso por exemplo, tivemos um grave problema de ruído. Isso obrigou a ser muito agressivo na pós-produção (a fase de remoção de ruído utilizou valores da ordem dos 18dB-24dB) e isso acabou por em alguns instantes introduzir pequenos artefactos. No entanto tratou-se de uma situação extrema em que tiveram que ser aplicadas medidas extremas.
Se está a pensar fazer um podcast, videocast ou qualquer coisa que cast o meu conselho é que tenha o maior cuidado possível com o input do seu áudio, isto claro está se não quiser sofrer na pós-produção e ter que reler este post novamente.
– Bom dia Sr. Eng., quer uma italiana? – Não, obrigado, preciso de algo mais forte! – Mais forte? Um duplo? – Não, não! Isso não me faz nada. Tire um Triplo Expresso e junte-lhe dois cubos de açúcar!