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Não é a primeira vez que estou em Paris, mas sempre que cá venho fico com uma sensação estranha. Ao contrário de outras cidades europeias e mundiais, Paris transmite-me uma sensação de “detachment”. As pessoas passam por mim criando a ideia de terem um propósito qualquer. Parece que nas suas vidas não há um momento de dispersão, sem sentido. Mas no entanto essa imagem para mim parece-me irreal, como se não fosse realmente possível adivinhar o que fazem ou o que pensam pelas expressões das suas caras.
Talvez lhes possam chamar snobes, ou chauvinistas, mas penso que não é bem nesse sentido que sinto o seu passar. É algo mais como se numa lógica global de optimização de recursos, não se permitam a um pestanejar do qual não retirem proveito. É como se toda a energia da sua vida tivesse que ser maximizada para aquilo que eles são. Não estou a dizer que não relaxem ou saibam divertir-se. Não são frios como os alemães. No entanto parece haver uma forma de ser Parisiense que é inimitável. Un je ne sais quoi inatingível e misterioso, mas ao mesmo tempo profundamente intrigante e até arrogante. Talvez nunca seja possível entender realmente o que esta essência é. Talvez seja preciso nascer parisiense. No entanto estando em Paris não é possível ignorar esta sensação.