Espaço: Jupiter contra Ares

Ainda a semana passada a notícia de que o director da NASA reconhecia que a China podia colocar um homem na lua primeiro que os americanos, corria mundo e as equipas que estão a desenvolver os foguetões para levar a NASA à lua entraram em guerras de palavras.

A história é a seguinte. A NASA está a desenvolver o Ares, o novo foguetão que vai lançar a viagem, mas acontece que há um grupo de engenheiros dissidentes que desenvolveu um projecto paralelo, chamado Jupiter e que segundo os próprios permitiria fazer o mesmo gastando menos dinheiro, e antecipando a ida à lua em pelo menos 2 anos (2017).

O que acontece é que o Jupiter é mais ou menos secreto. Os engenheiros que estão a trabalhar nele, recusam-se a falar por temerem ser despedidos. Entretanto os representantes das duas partes acusam a outra de tudo e mais alguma coisa inclusive a equipa da NASA equipara o Jupiter a um projecto que está feito num guardanapo de papel. No entanto o projecto é interessante porque aproveita parte do que já existe para o vaivém, prometendo poupar biliões (americanos, que valem menos que os nossos) de dólares.

Isto mostra que a exploração espacial neste momento está numa encruzilhada. Cada vez mais cara e cada vez mais difícil num tempo em que a ciência é dominada por resultados as eleições de Novembro nos EUA podem ainda alterar o plano de financiamento da NASA. Neste momento a agência espacial parece um barco à deriva. Boa altura para a ESA ganhar terreno, mas os europeus conseguem ser ainda mais indecisos que os americanos.