O mundo dos livros é repleto de contradições tudo por causa da defesa de uma ideia de direitos de autor que não se coaduna com o século XXI. São as editoras que se recusam a lançar livros em formato e-Book porque vivem do transporte de papel, mesmo que 4 ou 5 horas depois do lançamento dos livros já haja cópias digitais na internet, são as editoras com medo de perder o seu ganha pão impedem que um livro caia no domínio publico ao fim de um tempo razoável, e expandem a protecção até 75 anos após a morte do autor, são as editoras que dizem que o seu próprio mercado está em crise… e adivinhem quem é o culpado?
O culpado da crise das editoras de livros, mas também da música ou do cinema, é sempre o mesmo: VOCÊ. O leitor, que não compra, que não lê, que prefere ver novelas e pior que tudo que pirateia! Sim você!
[ad#ad-1]Algo está mal quando qualquer indústria culpa os seus clientes pelo seu fracasso. Se os livros não vendem a culpa não é de quem não lê! Até porque acredito que cada vez mais se lê, talvez não o papel que as editoras querem continuar teimosamente a vender, mas lê-se mais que antigamente.
Quando os livros encareceram, as pessoas começaram a optar por outras coisas, descobriram os blogues, de pessoas normais que falam na sua linguagem, dos mesmos temas que as interessam, descobriram as fanzines, as newsletters, os podcasts. Descobriram que havia outras pessoas que também tinham gostos semelhantes e que para as conhecer e ler não precisavam de ter que puxar da carteira e pagar a vassalagem às transportadoras de papel.
As editoras continuam teimosamente a rejeitar o mundo electrónico e os bons exemplos que tem surgido tem sido de empresas cujas origens vem das novas tecnologias. Isto porque tradicionalmente são as que estão mais preparadas para a inovação, para se adaptarem e abraçar as novas soluções. As outras, continuam teimosamente a caminhar no mesmo sentido, numa estrada que agora é caminho e onde não cabem todos e onde há menos pessoas a assistir.
Isto para falar do Google Books Mobile. O catálogo é pateticamente antigo. Não que o google tenha culpa, mas como não lhe permitem os tais mercenários dos rolos de papel, ficamos apenas com uma amostra daquilo que foi escrito há mais de 120 anos. A tecnologia mais recente a mostrar uma das mais antigas parada no tempo, não querendo evoluir, não querendo viver no século XXI. Os defensores do actual direito de autor estão desajustados da realidade. São uns verdadeiros MAMUTES, esperemos que em vias de extinção como o animal deste nome. Até lá a cultura, as arte e o desenvolvimento ficam parados. Quer ler? Chamam-se CLÁSSICOS! É duro viver no século XXI!