Há algum tempo disse aqui que achava que a lente AF-S DX Nikkor 35mm f1.8 G da Nikon era um mau investimento. Na altura justifiquei essa opinião comparando-a com a 35mm f2 AF-D. A verdade é que não podia estar mais enganado.
Dizer mal de uma lente nem sempre é fácil e se não metermos a mão na massa, … ou se não comermos o pão que amassamos, … BEM, chega de PADARIAS. A verdade é que comprei uma lente AF-S 35mm f1.8 G e com o passar dos meses esta lente tornou-se na tampa dos meus corpos DX. Porquê? Porque apesar de todos os defeitos que esta 35mm tem, produz resultados realmente fantásticos. Não interessa nada o terço de stop extra que possui ou a compatibilidade com os corpos FX ou mesmo a falta da indicação de distância de focagem se no final as imagens produzidas são realmente muito boas.
Todas as lentes tem uma forma diferente de “desenhar” a realidade, com maior ou menor acuidade (definição), ou com maior ou menor contraste, com diferentes curvaturas do plano de focagem—que por vezes não são assim tão planos. Todas estas características ajudam a definir o “caracter” da lente e só passando muito tempo com ela–tal como acontece com a mulher amada–é que se consegue perceber toda a sua riqueza e nuances.
A AFS 35mm f1.8G desenha a realidade de uma forma moderna. As imagens têm bastante acuidade–melhor ainda se o diagrama for fechado 1 ou 2 stops–têm um contraste claramente suficiente (até em excesso para alguém habituado ao desenhar de lentes mais antigas, coisa que o japoneses adoram) e é rápida e silenciosa no funcionamento–algo que a torna uma beleza em street photography. Ao preço que se pode encontrar à venda é uma pechincha que tenho vivamente que recomendar.
MEA CULPA, MEA CULPA. Que bela lente.