Nesta altura do ano todos parecem publicar resumos do “melhor”, “pior” ou simplesmente de uma selecção “vintage” dos acontecimentos. Aqui farei apenas alguns apontamentos, mas se já estás farto de ler este tipo de posts não te censuro se fechares o browser. Cá vai.
- A Apple perdeu e muito com o falecimento do Steve Jobs. Está condenada a transformar-se numa espécie de Sony à qual se reconhece alguma qualidade mas não admiração. Os génios imitam-se, mas raramente se alcançam.
- Portugal apanhou de chofre com a crise em 2012. As pessoas estão tristes, soturnas, o país está a saque. Os Portugueses perderam a esperança. Perceberam que a Europa dos ricos os trata como povo de segunda e pretende mantê-lo assim, sossegadinho, obedientemente feliz na sua pobreza, num regresso a um feudalismo económico em que o senhor feudal é o estado, que põe e dispõe dos seus servos, por decreto dos seus governantes ignorantes.
- Profissionalmente foi um ano danado. Aprendi algumas lições e talvez tenha ficado um pouco mais amargo em relação a algumas situações (afinal não não se cresce sem um pouco de dor).
- Familiarmente o ano correu bem, mas é assunto privado que não te diz respeito.
- Ainda por falar em privacidade, em 2012 verificou-se mais um ataque tremendo à vida privada das pessoas, principalmente sob a capa de redes sociais e comunidades online. Mais do que nunca as pessoas parecem dispostas a entregar a chave da sua vida pessoal a servidores, controlados por companhias cujos objectivos não são claros. Antigamente até o nome de uma pessoa era do domínio privado e se alguém que não conhecíamos nos chamasse pelo nome imediatamente lhe perguntávamos como sabia o nosso nome. Hoje… até a cor das cuecas que trazemos vestidas pomos online.
- 2012 é o ano da emigração do know-how português. A emigração actual está centrada cada vez mais nas pessoas altamente qualificadas. A emigração é um assunto tão sério que não é algo temporário de 3 meses. É um fenómeno mais longo, de anos, mesmo décadas. A saída destas pessoas qualificadas prejudica Portugal agora e no longo prazo. Não sei como será possível recuperar, principalmente porque vai corresponder a uma destruição das entidades que em Portugal precisariam dessas pessoas.
- No mundo dos eBooks, infelizmente este mercado parece estar estagnado. Encontrou o seu nicho e os preços dos livros continuam a ser estupidamente altos quando comparados com as versões impressas em papel. Ainda é preciso uma verdadeira revolução, mas duvido que aconteça nos livros o mesmo que aconteceu com o MP3.
- Online: blogues estão a cair, mas não morrem, Twitter a subir, mas a ser descoberto por spammers, FB não quero saber. G+, ainda está aí com a inclusão das comunidades.
- Lembram-se da guerra Blue-Ray / HD-DVD? Ups… ano errado, mas agora que isso acabou, quantos Blue-ray é que foram vendidos este ano? Gostava de ter esse número. Acho que me ia rir.