Para quando o Xadrez a ser ensinado em Portugal?

Visualizar FEN e território em Xadrez
Fig: App para visualizar FEN e território em Xadrez

Em Espanha, o governo decidiu introduzir o Xadrez no currículo escolar. A decisão não é nada parva, mas sabendo que é um desporto barato e que ajuda no desenvolvimento das crianças, resta saber porque é que não pensa em Portugal em algo semelhante? Os custos seriam mínimos (afinal romper um set de Xadrez de plástico que custa 9€ pode demorar uma vida) e certamente os aspectos básicos do jogo podem ser ensinados por professores que não tenham grande contacto prévio com o jogo.

Evoluir e criar mestres ou grande mestres é outra coisa, mas como em qualquer actividade humana, o Xadrez obedece também a power laws e sem uma base de muitos jogadores não se encontrarão e seleccionarão of futuros campeões.

Mas se calhar em Portugal preferimos todo jogar a fechar as portas do futuro dos nossos alunos? Enfim.

Ensino online: O futuro do ensino?

Tenho muito interesse no ensino à distância e faço parte inclusive de um projecto europeu para criar uma ecologia de recursos que permita um ensino de qualidade mais barato chamado étoile. Daí que quando Stanford lançou no ano passado os primeiros cursos gratuítos sobre inteligência artificial, machine learning, etc… fiquei muito interessado em perceber como iriam implementar as suas ideias.

Neste vídeo Peter Norvig, um dos professores do curso de inteligência artificial de Stanford fala na TED sobre como fizeram e o que aprenderam com estes cursos onde tiveram mais de 160,000 alunos.

Hoje em dia Stanford continua a produzir cursos online, sendo acompanhada por outras universidades como o MIT. O futuro do ensino parece passar cada vez mais por estes meios de aprendizagem, descentralizados e autónomos e esta pode ser a forma de transmitir conhecimento a um público alargado que de outra forma não teria acesso a esta educação.

Relatório – Assimetrias europeias

assimetrias_ensino_superior

Foi publicado ontem um relatório do Eurostat que mostra bem as assimetrias europeias.

Particularmente interessou-me a tabela que diz respeito à percentagem da população com educação completa de terceiro nível em 2007. A análise foi efectuada nas 271 regiões que constituem a Europa e, não surpreendentemente, Portugal aparece na cauda. A região que apresenta o maior nível de licenciados em Portugal é Lisboa com cerca 20% (a azul) e o mínimo nos Açores com 7,3% (a verde). O que espanta é que os 20% de Lisboa ficam abaixo de algumas regiões mais “desertificadas” de outros países. Veja-se o caso da Bélgica, Dinamarca, Finlândia ou Irlanda, todos com valores mínimos acima dos 25%.

Em termos práticos isto quer dizer que para nos aproximarmos da Europa, temos que DUPLICAR o número de licenciados que produzimos (ou então, olhando apenas para a crueza dos números como fazia uma ministra da educação cá da praça, diminuir para metade a população portuguesa).

O grande problema é como formar mais alunos? Que estratégias adoptar para incentivar mais pessoas a investir na sua formação durante mais anos? Não será certamente arranjando soluções facilitadores do tipo novas oportunidades, ou transformando as universidades em linhas de produção automatizadas. Os números mostram que é preciso reduzir esta assimetria, mas o COMO é que é importante discutir agora. Infelizmente, em semana pós-eleições não vejo uma solução verdadeiramente atractiva para convencer mais pessoas a investir na sua formação ao nível superior.

(nota: há um relatório outro publicado durante setembro com as percentagens de alunos de doutoramento na Europa. O truque é tentar perceber como aproveitar esse meio milhão de cérebros da melhor forma, seja ela qual for!)

O Controlo Parental do Magalhães

[ad#ad-1]Com o lançamento do Magalhães imediatamente a blogosfera cai em cima do aparelho, desejando-o ou odiando-o. A verdade é que quer se goste ou não é impossível fugir-lhe.

Eu não vou fazer aqui nenhuma review, até porque não tenho o aparelho (senhor Socrates, não me arranja um para eu brincar uns dias para depois fazer uma review?), mas queria falar sobre algo que tem sido badalado ultimamente que é o controlo parental do Magalhães.

Pelos vistos a principal queixa é a da falta de sistemas de controlo parental. A melhor forma é mesmo educação e participação dos pais nas actividades do filho. Se por outro lado acha que isso não é suficiente então o que tem a fazer é controlar o acesso não directamente no Magalhães mas antes no Router de casa. Alguns routers permitem-lhe fazer isso e para além disso juntamente com um sistema de DNS do OpenDNS pode inclusive monitorar o que o seu pequeno anda a fazer, definir o que é permitido, o que é proibido e ainda obter uma série de estatísticas de utilização.

Configure o seu router para utilizar os DNS do OpenDNS, configure as regras que precisa no router e no site do OpenDNS e durma um pouco mais descansado (nunca se consegue dormir descansado quando se tem filhos, pois não?). Desta forma fica mais sossegado quando o miúdo começar a pedir-lhe para utilizar o seu computador em vez de utilizar apenas o Magalhães. E se ainda assim o seu filho conseguir dar a volta e andar a fazer coisas que você proibiu, então descanse e olhe para a coisa como auto-formação, porque se com um Magalhães já é capaz de ser hacker, então imagine que miúdo terá um futuro brilhante na informática.

Se pretende mais opiniões sobre o Magalhães pode dar um salto ao iPhil ou então à review de um professor, que vai ter que lidar com o computador na sala de aula. O Mr.Conguito fez a análise.