Quando se ganha é mais difícil dizer mal…

E mesmo vencendo é sempre possível melhorar. A selecção continua a mostrar alguma fraqueza, principalmente no toca a controlar o meio campo, mas se a solidariedade defensiva é notória o ataque é manifestamente parco.

Uns dirão que é defeito outros que é feitio do Fernando Santos. Solidez e depois logo se vê o que se conquista. Talvez o Fernando Santos esteja correcto e uma selecção, não sendo um clube e não tendo o tempo de preparação que os clubes têm, talvez deva ser isto mesmo, uma solidez defensiva onde o que se puder construir ofensivamente virá com o tempo — E talvez por isso a selecção esteja a jogar melhor a cada jogo que passa.

Por falar em solidez, no meio campo gostei de ver o Danilo que acho ser melhor que o William Carvalho e continuo a achar que o João Mário podia ser 10x melhor do que ê se trabalhasse mais e fosse um pouco mais humilde.

A nossa defesa foi um susto que não se concretizou, até porque o Bruno Alves não partiu a cabeça a ninguém e consegui não se expulsar — só isso vale logo pontos. Continuo a dizer que este Raphael Guerreiro é do melhor que lá temos neste europeu e o Cédric também cumpriu, muito embora alguém lhe deva dizer que chutar a 40m da baliza é só para o CR7 e que nem assim tem funcionado.

E no ataque, vi um Cristiano mais solto e veloz que nos primeiros jogos. Com mais mobilidade e energia, o que de certa forma justifica o seu melhor rendimento. O Nani… pois. A impulsão do Cristiano é simplesmente brutal.

Suplentes de luxo. Até o Moutinho ajudou (se bem que continua a estar muito bem no banco para a final). E o Quaresma está um senhor.


 

Por fim, Alemanha ou França para logo à noite? Indiferente. Seja quem for que chegue já se sabe que se fizerem um penaltie sobre um jogador português o árbitro vai marcar ao contrário, que se a bola entrar, o golo vai ser anulado. Para uma equipa que não joga nada os árbitros tem andado muito preocupados em garantir que Portugal não joga mesmo nada. Mas “sonhar é grátis”. Até Domingo!

E ao quarto empate… Portugal ganhou.

Tudo neste último jogo foi diferente dos anteriores, apesar do empate — nos 90 minutos.

No jogo do mata-mata não há espaços para recuperações milagrosas como as do jogo com a Hungria. Fernando Santos sabia-o e colocou uma equipa mais sólida defensivamente. Que antes de ganhar o jogo sabia que não o podia perder infantilmente — e sabe-se o quão infantil são alguns dos golos sofridos por Portugal.

Voltou o Raphael Guerreiro que está a jogar muito bem. Saiu o Moutinho que está a passar ao lado do Europeu e também o Vieirinha — finalmente. E se para mim a dúvida entre o Adrien ou o Renato penderia para o Renato Sanches, também compreendo que na lógica do primeiro parágrafo o Adrien fosse o escolhido. E secou muito aquele meio campo croata, principalmente Modric.

Quanto ao desenrolar do jogo, claro está que Fernando Santos percebeu aquilo que já tinha dito. Portugal tem muitas deficiências e não pode pensar que vai impor o seu futebol a quem quer que lhe apareça pela frente.

Tem que jogar na matreirice, na oportunidade do contra-ataque. O Cristiano Ronaldo vai ter muito poucas oportunidades de rematar. Tudo terá que ser mais eficiente. Jogar à italiana. Defender, correr, marcar.

E entre o 4-4-2 ou o 4-3-3, parece que a “geringonça” de Fernando Santos vai funcionando, se bem que por momentos a equipa pareça um pouco perdida no que fazer.

A Polónia é o adversário que se segue e novas dificuldades surgirão no cardápio. Mas isso é só na próxima quinta-feira. Até lá há que descansar as pernas — e a Polónia também teve prolongamento — e acreditar até ao fim que o Mustang poderá novamente tirar um coelho da cartola.