Os Oscares 2014: Quase que fiz bingo

As minhas apostas para a noite dos Oscares foram quase cumpridas na totalidade!

Os quatro actores que eu escolhi venceram: O Dallas Buyers Club levou as duas estatuetas masculinas por duas representações memoráveis de Matthew McConaughey e de Jared Leto. A belíssima Cate Blanchett levou a mais que merecida estatueta na actiz em papel principal num filme único. E tal como esperava, Lupita Nyong’o arrasou no papel de actriz secundária. 4 em 4.

Talvez a desilusão tenha sido o Wolf que poderia ter ganho mais e não ganhou e o Gravidade que ganhou muito mas nada nas categorias importantes (tirando o melhor realizador) ficando-se pelas mais pelas técnicas (naturalmente). Ainda assim o 12 Years a Slave é um justo vencedor de melhor filme por tocar numa ferida muito americana que ainda não está completamente resolvida.

Ainda uma nota final e pessoal: tenho pena que o filme para melhor animação tenha ido para Frozen e não para o filme de despedida de carreira do maravilhoso Hayao Miyazaki The Wind Rises. Paciência.

Os filmes dos Oscares 2014: Notas para a cerimónia.

American Hustle

(★★★) Uma “estória de Con Artists a lembrar em alguns momentos o Oceans 11 ( o primeiro ), o talentoso Mr. Ripley, Catch me if you can, ou outros filmes do género. E nestes filmes nunca se percebe se o que se vê é verdade ou “Con”. A fotografia está espetacular, filmado como se em filme (16mm?) e o guarda-roupa do final dos anos 70 também. Banda sonora muito boa. Não me parece que nenhum dos actores momeados possa ganhar nas categorias individuais (e os quatro estão nomeados), embora a ganhar preferiria o Chritian Bale mas vai ter forte concorrência do Di Caprio, Matthew McConaughey e Chiwetel Ejiofor.

Captain Phillips

(★★) Um filme sem drama, sem verdadeiramente levar o espectador através de uma história com momentos especiais, ficando-se pelo esforço de ver o Tom Hanks a representar sozinho uma espécie de naufrago. Penso que não vai levar muitas estatuetas, a não ser no actor secundário e mesmo ai Jared Leto do Dallas Buyers Club ou o próprio Michael Fassbender são os meus favoritos.

Dallas Buyers Club

(★★★★) Muito bom. Mais um filme a seguir a tendência deste ano de ser centrado numa personagem e no seu drama. Provavelmente as audiências estão a ficar mais burras. Colocaria este filme talvez acima do Wolf e em termos de melhor actor principal… tenho muitas dúvidas se o Matthew McConaughey não deveria ganhar aqui para actor principal.

Gravity

(★) Como é que este filme pode ter sido seleccionado para a categoria de melhor filme é algo que me intriga. E mesmo o papel da Sandra Bullock, melhor actriz? Quando? É uma espécie de Captain Phillips no feminino. O filme é mau, mesmo para um amante de sci-fi e efeitos especiais. Os erros científicos são notórios e a tal famosa representação da Sandra Bullock é simplesmente pateta se compararmos com por exemplo o papelão da Cate Blanchett no Blue Jasmine.

Her

(★★★★) Mais um filme centrado em torno de um personagem, com planos fechados na sua cara. Para mim é de todos o filme mais interessante dos que vi até agora. Principalmente porque coloca questões muito interessantes no reino da inteligência artificial. Será que a Samantha poderia ser candidata ao Oscar?

12 Years a Slave

(★★★★) O filme pode arrecadar algumas estatuetas, por meter o dedo numa ferida americana, mas também por estar muito bem filmado, cru e directo sem ser de uma violência gratuita, mas antes profundo. 2014 parece o ano dos planos frontais apertados nas caras dos actores principais e entre o Cpt. Phillips e o Gravity neste 12 Years é onde o efeito resulta melhor. Grandes representações. O Oscar para actriz secundário pode estar entregue aqui à Lupita Nyong’o. Para mim é a categoria que oferece menos dúvidas.

The Wolf of Wall Street

(★★★★) Um dos melhores filmes do ano. Sem dúvida que as 3 horas passam rapidamente e isso é um bom sinal. Surpreendente representação do Leonardo Di Caprio que é efectivamente o motor do filme. Oscares? Talvez o Scorsese leve a realização para casa… mas a concorrência é feroz.

Blue Jasmine

(★★★) Woody Allen continua a dar-nos pérolas de interacção entre humanos e ao contrário de muitos nomeados que são realizados em torno de uma personagem, aqui temos um filme que é pensado em torno das relações de uma personagem. Enquanto a panóplia de filmes candidatos a melhor filme é um acumular de primeiros planos e trabalho individual, este Blue Jasmine faz das relações entre personagens o seu forte para que a Cate Blanchett brilhe como nunca antes. Uma séria candidata ao Oscar.

(Como é notório não vi todos os filmes que são candidatos, pelo que esta é uma visão parcial. Leia com a parcimónia necessária e já agora a caixa de comentários aqui em baixo está aberta!)