Os números e falta de crítica!

A Mozilla no lançamento do Firefox 3, tentou um golpe de publicidade tentando bater um record do número de downloads de um software durante as primeiras 24h.

Antes, ninguém tinha feito algo semelhante e portanto o feito do Firefox será único até que outros o tentem.

Mas o mais estranho é que ouvi alguns “pseudo críticos” patetas vir a terreiro tentar aproveitar a boleia do Firefox para falar de outros softwares, tentando menosprezar o feito do Firefox. Passo a explicar:

O Firefox 3 consegui mais de 8 milhões de downloads no primeiro dia. Um feito notável para um software que tem que concorrer com o monopólio do Internet Explorer.

Uma das críticas que surgiram tentando tirar o valor a este feito foi que o Flash da Adobe tem 12 milhões de downloads todos os dias.

Isto atirado assim, parece colocar mal o Firefox. Afinal se um simples plugin consegue ter mais 50% de downloads diários em média do que o Firefox?

Mas o mais curioso destas afirmações é que normalmente não são confirmadas. São atiradas para a Web para atirar poeira e ninguém pensa um bocadinho nelas, quanto mais verificar os números.

Mas pensem assim, a Gartner estima que actualmente existem 1000 milhões de computadores pessoais no planeta. Se o Flash está a fazer 12 milhões por dia… 12 * 365 = 4380 milhões de downloads anuais. Ou seja… cada um dos computadores existentes está a instalar 4,3 vezes por ano o flash. Todos! 4,3 vezes por ano!

Isto serve de exemplo apenas. Mas a verdade é que os exemplos de falta de visão crítica são abundantes e podem dar uma visão errada de um feito ou acontecimento. O Firefox 3 com os seus 8 milhões em 24 horas é efectivamente um feito fantástico. Não há forma de o negar. A tentativa de tentar retirar dividendos para outros softwares é patético. Cabe a quem lê dar-lhe o crédito que merecem: O caixote do lixo.

E já agora, já fez download do Firefox 3?

Como juntar a excitante tarefa de armazenar sementes com podcasts no mesmo post…

svalbard-global-seed-bank.jpg Há precisamente 2 anos foi iniciada a construção do banco mundial de sementes, ou se preferimos a “Arca de Noé Verde”. O banco foi construído no interior de uma montanha norueguesa e albergará o património genético vegetal para o futuro. Ao fim de quase dois anos, o banco abriu este ano em Fevereiro e também nós enviamos sementes para serem armazenadas no banco norueguês.

Mas concretamente o banco português de germoplasma vegetal, situado em braga, doou as sementes. A história do banco é fascinante, tanto o que me foi possível perceber pela reportagem que a TSF fez há uns meses (18 de Abril) sobre o mesmo. Ora quando procurei, foi relativamente fácil encontrar o programa chamado “Mais cedo ou mais tarde” no seu blog, mas com muita pena não foi possível encontrar arquivo áudio do mesmo. Porque é que não produzem também todos os programas em formato podcast? Não que os downloads fossem muitos, mas permitiram ser um arquivo para consultas futuras. Até podiam utilizar a secção para rádios do Archive.org se não fossem muito esquisitos com as licenças.

Taxas aduaneiras! Alguém percebe isto?

camera lenses

Foto de canonsnapper

Estive a ver as taxas aduaneiras que temos que pagar caso compremos alguma coisa fora do mercado único e só posso dizer que mais uma vez estamos perante um sistema fascinante.

Podem fazer download da tabela das taxas aduaneiras usualmente pagas para produtos comprados via internet em países não europeus (Leia-se EUA por causa do dólar barato).

Mas vamos lá ler alguns produtos deste guia fantástico:

Binóculos: 4,2% de Direitos Aduaneiros – IVA 21%

Câmaras de vídeo que possam gravar de uma fonte externa: 12,5% de DA e 21% de IVA Câmaras de vídeo que possam gravar apenas pela objectiva: 4,9% de DA e 21% de IVA Porque é que as primeiras pagam quase 3x mais? e porque é que as segundas pagam mais que uma máquina fotográfica digital (ver a seguir)? Qual é a tecnologia fundamental que as distingue?

Máquinas fotográficas de 35mm: 4,2% de DA e IVA de 21% Máquinas fotográficas Digitais: 0% de DA e IVA de 21%

Alguém percebe esta lógica? Porque é que uma máquina de 35mm paga DA?

Objectivas: Esta é hilariante. o DA é 6,7% ou 0% “conforme os casos” IVA é 21%! Conforme os casos? Qual é o critério? E porque é que há diferença entre objectivas e binóculos? Os binóculos para todos os efeitos tem duas objectivas…

A variedade das taxas aplicadas mostra acima de tudo que não há propriamente uma razão para estes valores. Há apenas o passar do tempo e a arbitrariedade que ao longo do tempo foi gerando valores para determinados tipos de produtos e que foram ficando.

Em todo o caso continua a compensar comprar nos EUA ao preço a que está o dólar, mesmo pagando esta tralhada toda. Mas mais uma vez mostra-se que vivemos num país de arbitrariedades incompreensíveis que servem apenas para sermos a chacota do estrangeiro, disso não há como fugir.

Alto! A terra vai ser engolida…

061229_lhc_hmed_6p.jpg É curioso que hoje em dia se recorra ao medo e à ignorância para conseguir convencer as pessoas daquilo que queremos fazer.

A última parece ser a de um cientista americano que decidiu colocar em tribunal uma providência cautelar para que o LHC (Large Hadron Collider) não seja colocado a funcionar por receio que ele crie um buraco negro que faça desaparecer o planeta terra…

O mais extraordinário disto é: Quando a comunidade científica não suporta uma teoria, o melhor é levar a teoria a um juiz, que certamente percebe mais do assunto…

É óbvio!

Cartão Sete Colinas Ilegal ou Não?

Normalmente não ando muito de transportes públicos (prefiro andar a pé) mas de todos o que mais utilizo é o metro. Há uns tempos os bilhetes de metro simples foram substituídos por um cartão recarregável que evita o gasto de papel. Ora aqui está uma boa ideia, pensei eu. Uma coisa inteligente.

Ontem, contudo a opinião que tinha desta medida mudou. Porquê? Porque os tipos do metropolitano de Lisboa decidiram passar a cobrar pelo cartão recarregável. Ao ir apanhar o metro cheguei à máquina e pedi um bilhete simples de 1 zona. O preço que apareceu 1,25€ Como? Pagar o cartão? Lembrei-me que tinha um cartão desses de uns dias antes (que foi de graça) e pensei… “Deixa lá ver como é que isto funciona, e já agora vamos lá carregar isto com 10 viagens”… Ora segui as instruções do ecrã e no momento em que escolhi carregar 10 viagens… NADA. Dois clicks e um clack vindos da ranhura onde o cartão estava inserido e o ecrã voltava ao ecrã inicial sem sequer se dar uma INFORMAÇÃO ÚTIL sobre o erro ocorrido.

Por esta altura estava já a pensar se me iam obrigar a comprar um bilhete de metro por 1,25€…

Voltei a tentar mais uma ou duas vezes… Sempre o mesmo resultado. IMPOSSÍVEL carregar o cartão com 10 viagens. Lá optei por tentar carregar apenas com 1 viagem… Click Clack… e a máquina dignou-se pedir-me o dinheiro do bilhete… 0,75€. Finalmente. Mas em todo o caso de cada vez que andar de metro vou ter que carregar 1 bilhete de cada vez… MUITO OBRIGADO, senhores do METRO.

Depois na emocionante viagem que fiz de metro pus-me a pensar ainda outra coisa: Pode o Metro cobrar pelo cartão? É que se a EDP deixou de poder cobrar pelo aluguer do contador, porque é que este cartão é diferente? No fundo o cartão é apenas o CONTADOR de viagens! É algo que faz parte da infra-estrutura e que por si não fornece um serviço ao cliente. O cartão em si mesmo não presta um serviço, não tem utilidade nenhuma porque o cartão em si não é um bilhete.

Parece-me pois que o custo deste cartão deveria ser suportado PELO METRO e não pelo cliente. Qualquer dia para andar de metro temos que comprar para além do título de transporte uma carruagem, alugar motoristas, e trazer uma pá para cavar o túnel.

O site do METRO tenta passar a ideia de que o preço do cartão não é problema porque é rapidamente recuperado pelo utilizador do mesmo. Ora a questão aqui não são os 50 cêntimos, mas sim o princípio. O princípio de obrigar o cliente a pagar algo extra para além do título de viagem, algo que até agora não existia parece-me que poderá ser semelhante ao que se passa com o caso dos contadores e parece-me profundamente errado, sejam 50 cêntimos ou 5000€.

Para além disso imagine-se alguém que vá utilizar 1 única vez o metro. Em termos efectivos esta pessoa tem um aumento do custo da viagem de 66% e desculparem-se que este valor será menor se a pessoa utilizar o metro muitas vezes… UM GAJO PODE NÃO QUERER UTILIZAR O METRO NOVAMENTE, SÓ QUERER 1 VIAGEM, SEI LÁ, PORQUE TALVEZ VIVA NOUTRO PAÍS E PENSE NÃO VOLTAR A LISBOA?

Senhores do Metro, vão fazer alguma coisa? Claro que não, porque são um belo de um MONOPÓLIO e tem que pagar o custo das inundações no Terreiro do Paço. Por isso inventaram uma bela forma de aumentar os preços dos bilhetes e angariar mais uns trocos. Para além de que o sistema não funciona nas máquinas de venda automática para carregar 10 viagens (Ou se calhar não houve dinheiro para verificar o novo software) e nem se digna a dar informações.

E já agora: Quem foi a besta que fez o design deste cartão que se esqueceu de mostrar como inserir correctamente o mesmo na máquina? É que design não é “embelezar” o produto, mas pronto.

10 Razões pelas quais odeio a Microsoft

Agora que não tenho que viver com eles até os aturo, mas quando se chegam perto fico assustado. Porque é que eu não gosto da Microsoft? Aqui ficam as minhas 10 razões para odiar a Microsoft:

10. User experience. E quando falo de user experience não falo da minha, que sempre me soube orientar nos computadores, falo dos outros utilizadores Microsoft que ao não conseguirem dar com caminho se viravam para mim para os ajudar. Vivi com os OS da Microsoft desde o 3.11 (antes usava o DR-DOS) até o XP. Ou seja… entre 1992 e 2002. 10 anos de desespero sempre a pensar quando seria interrompido por alguém a pedir ajuda para imprimir uma carta.

9. Os blue screens of death. Não é preciso falar muito sobre este assunto. Durante muito tempo foi preciso fazer reboot a cada 2 horas. Uma vez por causa da lentidão, na vez seguinte por causa do freeze geral. Com o Windows Vista parece que a Microsoft resolveu este problema e adoptou o freeze como padrão.

8. Standards, quem? A forma como aldrabaram a implementação dos standards da W3C fazendo com que metade dos sites existentes na internet tenham que ter hacks nas folhas de estilos para funcionarem, ou então voltamos todos a utilizar tabelas.

7. Faça o seu site no Word. Ainda relacionado com o ponto 8, a forma como o Word exportava documentos para a Web. Escrevia-se um documento de 500 caracteres e ficava-se com um página com 200kb de tamanho. Quantos sites há por aí feitos no Word?

6. O utilizador é burro. O pressuposto de que o utilizador é um burro incompetente, exigindo sempre que tenha que confirmar todas as operações a fazer, desde o inserir a disquete a mandar um fax, é uma das maiores afrontas dos OSes da Microsoft. A responsabilização do utilizador pelo “clique aqui para aceitar” mostra a incapacidade da empresa em perceber de ergonomia e usabilidade.

5. Administrador ou User limitado? O Windows durante muito tempo era simplesmente impossível de utilizar se não fossemos administradores. Agora está impossível de utilizar, ponto.

4. Formatar, formatar, formatar De 3 em 3 meses era preciso formatar o disco e começar de novo, sempre na ilusão de que o OS ia ficar rápido. Para além disso durante 10 anos foram várias as vezes que tive que formatar o meu computador e pude verificar por experiência própria que com o mesmo computador e o mesmo CD de instalação, nunca o Windows se instalava da mesma forma.

3. Steve Balmer. Embora seja um tipo divertido, que manda umas bocas porreiras, tem uma atitude de cão de fila. Não quer saber dos seus utilizadores, nem dos muito bons, e está permanentemente na posição de quem é superior a tudo e todos. Não consigo suportar as suas sucessivas campanhas contra o open source.

2. “Você recebeu um postal virtual” Ligar o computador à internet era uma aventura. Se um utilizador zeloso podia evitar os maiores perigos com algum cuidado, emprestar o computado por alguns minutos a um amigo era sinal que o teríamos que formatar de novo.

1. E agora? Quantos vírus tens? Bem… isto era a cereja em cima do bolo para matar qualquer tentativa de acabar o dia em paz.. Um pessoa pensava que ia desligar a máquina e “uma sirene” avisava que havia mais um maldito ali perdido. Uma pessoa teria que passar mais 2 horas perdido entre ficheiros, antivírus, adware removers e registry cleaners… Era bom não era… uma pessoa até tinha medo de olhar para o computador.

Felizmente durante todos esses anos… minto, foi apenas depois de 93, tive contacto com Linux (Slackware), com um Macintosh LC e uma shell num IBM S/390 da universidade (grandes noites). Foi a forma de ir mantendo a sanidade durante esses anos de travessia do deserto.

Bem, estes são apenas alguns glitches que sempre tive com a Microsoft. Há mais! Como todo o FUD sobre o linux, ou a forma como se impuseram e impõe a governos, como o português. Coisas boas da Microsoft? A minha decisão de não tocar em computadores com o Vista. Isso tornou-me um nabo no assunto e portanto as pessoas pararam de me pedir ajuda…

E tu? Odeias a Microsoft? Apenas odeias o Windows? Quais são os teus piores pesadelos com os vários OSes por onde passaste?

Ver ainda:

Windows Vista Grátis…