Com o boom da Web 2.0 ou o que quer que se chame, surgiram imensas aplicações que fazem quase tudo (menos tirar café) através de um browser de internet. Desde o cliente de email online, ao leitor de RSS tudo passa pela internet e a tecnologia evolui a cada dia para que pelo browser mais aplicações estejam disponíveis.
A ideia dos fabricantes é que ficando as aplicações do lado do servidor podem controlar todo o seu desenvolvimento, fazendo actualizações sem que o cliente se aperceba, permitindo uma utilização transparente sem afectar as suas rotinas diárias. As WebApps porém tem um vários defeitos, quando comparadas com as tradicionais aplicações. São mais lentas, exigem a ligação um à internet, e não garantem a confidencialidade dos dados, por mais que o fornecedor da aplicação se esforce para nos convencer do contrário. Uma aplicação offline pode estar fisicamente desligada da rede e dessa forma garantir a segurança de dados sensíveis, uma aplicação web nunca poderá garantir isso. Para além de que há sempre a possibilidade de ataques “man in the midle” e afins.
Um dos aspectos que as grandes companhias parecem estar a tentar desenvolver para as aplicações web é o mercado do telemóveis “inteligentes” (smartphones) onde o caso mais paradigmático é o do recente lançamento da Apple. O iPhone não permite que se desenvolvam aplicações nativas para correr no OS X (Light) que tem instalado. A Apple decidiu que não vai abrir a plataforma e que a única forma de fazer aplicações para o iPhone é através de Aplicações Web. Para já estas aplicações Web são pouco mais que Websites em versão light, tal como já existem para PDAs e Smartphones mas adaptados às funcionalidades específicas do iPhone. Mas com o tempo deverão surgir aplicações mais sofisticadas. Time will tell.
A meu ver, esta corrida a aplicações online, se por um lado pode ajudar a vida das pessoas em manterem no espaço virtual muita informação que podem precisar a cada instante, confere-lhe um aspecto de lock in que pode ser preocupante. Primeiro porque gera acoplamento de diversas tecnologias e todas terão que estar a funcionar. Se uma falhar então todo o sistema pára. Segundo porque a concorrência vai levar a que muitas aplicações sejam desenvolvidas e que o utilizador vá saltitando de aplicação em aplicação, tal como vai saltando de rede social em rede social e aqui resta saber o que acontecem aos nossos dados quando fechamos uma conta: Serão apagados? Serão arquivados? Serão vendidos a empresas de Marketing directo?
E há ainda a visão drástica: Imagine-se que amanhã por algum motivo técnico a internet pendura. Os servidores de DNS são de tal forma atacados por bots que tudo pára. Ninguém consegue navegar para além do localhost e a estrutura da internet se desmorona. A pergunta é: Quanto vale para si a informação que ficou perdia online?
O que achas deste fenómeno? As aplicações online são perigosas? Ou são uma bênção dos deuses?